Tuesday, November 7, 2017

Quando me seguravas pela mão...

Quando me seguravas pela mão…
Quando me seguravas pela mão
Quanto sentimento de proteção…
Quando me seguravas
E me acompanhavas…
Quando a minha mão com a tua apertavas
Mãos com as quais a quinta graciosamente trabalhavas…
As mesmas mãos que na lareira faziam deliciosas torradas
Com a manteiga da flor…
Manteiga planta: que o pão barravas com amor
E o fazias acompanhar pelo chá bebida nossa…
Que ficou nossa lembrança: recordação deliciosa
Quando me seguravas pela mão…
E me ias buscar à escola lugar da imaginação
Ao jardim de Eira-Queimada…
A nossa terra amada
Quando me ias buscar pela mão…
Que doce sensação
A que sentia a teu lado…
Porque por ti me sentia amado
Amado e acarinhado…
Porque no hoje me sinto abandonado
Sem te ter comigo a meu lado…
Porque me sinto pelo tempo roubado
Roubado e de ti subtraído…
Porque me sinto pelo mundo traído
Porque hoje amava continuar…
A te poder beijar
Beijar e abraçar...
E no teu colo me aninhar
Porque amava tudo te poder contar…
E poder muito segredar
Saudades tuas que não param…
E que a cada dia agudizam e disparam
E em lágrimas de saudade…
Se fazem condensar neste espaço mundano de crueldade
Que dor esta de estar sem ti, que terrível e aguda solidão…
Minha avó… Quanto gostava que me voltasses a segurar pela mão…

João Paulo S. Félix 

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