Friday, November 24, 2017

Chuva do meu amor...


Chuva do meu amor…
Estou sobre o meu leito deitado
E escuto lá fora algo muito esperado…
Esperado e aguardado
A água feita chuva: maná sublimado…
E quando do nada
Sinto uma lágrima derramada…
Uma atrás de outra
Ato feito atitude redentora…
Que me leva a chorar
E a minha humana condição provar…
Provar a minha imperfeição
Provar o meu estado de solidão…
Derramam-se as lágrimas de modo copioso
Intenso, frenético e nervoso…
Sem ti a meu lado
Sem ti: eu me sinto desamparado…
Sem ti me sinto eivado
Eivado pela mácula de te querer…
De te querer: de muito te querer dizer
Que é em ti que eu penso ao amanhecer…
Que és tu quem me dá forças para remar
Que és tu: que quero de modo eterno amar…
Amar e se mostrar
Que há um mundo que temos para aproveitar…
E até essa hora chegar
Faço com os céus o compromisso de por ti esperar…
Por mais que possam os comboios passar
Por mais que possam os navios navegar…
Choro com a dor de te desejar
Para te fazer feliz em plenitude…
Para serem em mim causa de quietude
Para seres em mim bonança…
Porque sem ti eu perco a esperança
Porque sem ti eu perco o rumo…
Porque sem ti eu cego e não vejo das lareiras o fumo
O fumo que também é sinal de calor…
De calor que arde no cárdio elemento de esplendor
Porque cai por ti em mim… A chuva do meu amor…

João Paulo S. Félix 

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