Tuesday, September 30, 2014

Hino Douro...


Hino Douro…
Violam-nos e cortam as nossas filhas, as uvas…
De nós suas mães as cepas… Separações tão duras…
Duras e que causam alegria a quem nos agride…
A quem nos agride e no caminho progride…
Em busca de mais cachos e mais razão
Para encher os baldes para criar movimentação
Para o seu precipitar numa balsa ou lagar
Onde elas, as nossas luzes são esmagadas…
Esmagadas e trituradas…
Neste Douro feito região
Deste acto que pode ser de crucifixão
De uvas sem culpa mas com missão
A mais imponente criação
De um néctar de invejar
Que venha a ser armazenado em metálicas e frias casas
Para ser depois difundido por garrafas
Que levam a cada canto do longe mundo
O nosso segredo mais profundo
Um segredo milenar e de fascinar
Um segredo que vem dos anciãos
Uma marca desta nossa demarcação
Que gera litros de prazer e perdição
Que potencia festejos e confissões
A este produto tão generoso
Que faz de cada um orgulhoso
De o poder ter como nosso
Nosso e presença viva da nossa História
Para nossa imortalização, para nossa glória
No tempo, nos livros, na memória
Que violação tão gostosa a de vinho fabricar
E magia, magia poder criar…
Magia fruto do suor e trabalho
Que gera exaltação e é imune a ralho
Que produto tão especial
O vinho do Douro, que cria um Hino sem igual
Que se bebe e que se saboreia
Por todo o tempo… por toda e eternidade
Como oferenda do Douro… Para toda a Humanidade…

João Paulo S. Félix    

Tuesday, September 23, 2014

Razão de ser, estar, amar...


Razão de ser, estar, amar…
Busco no suspiro uma razão
Uma razão para esta minha condição
Corro de forma veloz sem destino ou direcção
Até que chego perante um espelho… Para ser lugar de contemplação..
Olho-me e começo a pensar…
A pensar na minha razão de ser e de neste mundo estar…
Estar aqui para que? Porque?
E começo a respirar…
Respirar, cogitar, indagar…
Até que a algo penso chegar…
A resposta: a razão… Uma razão: A razão de amar…
A razão de amar de forma vertiginosa
Nem que para tal se tenha de seguir, uma estrada sinuosa…
Porque amar é a humana razão
Que acalenta e aquece o coração
Com o oxigénio da vida, com o ar da consolação
Que permite querer viver a paixão
Sem se olhar para trás, para o passado ou tradição
Porque o que importa é o cumprir da missão
Missão de amar quem se ama
Missão de tornar feliz quem coloca o corpo em chama
Amar quem nos faz voar
Voar e nesse alguém sempre pensar…
Porque assim é o amor vontade maior
De maior tempo, de maior esplendor
Porque o ser amante é ser insatisfeito
É alguém que ama sem olhar a todo ou qualquer defeito
Porque amar é o caminho único da felicidade
Da felicidade que se vive nesta realidade
Que nos confere a verdade
De que há sempre uma razão de ser…
De ser para o amor… O amor um dia nascer…
Nascer, crescer e nos amados permanecer…

João Paulo S. Félix  

Friday, September 12, 2014

Amar o verbo humano...


Amar o verbo humano…
Amo a vontade de amar…
De amar, fazer sorrir e realizar…
Realizar em atos maiores de esplendor…
Atos de exaltação ao frenético amor…
Amor que belo sentimento…
Causador de loucuras e contentamento
Contentamento descontente e sem medida
Neste dia da vida… Da vida sempre vivida
Em alguém especial
Que nos faz cortar a respiração… Alguém sensacional…
Vontade bastante de tornar sacrário
Alguém que se tornou a divindade do nosso delírio
Delírio e fuga da monotonia
Alguém que veio trazer a alegria
De viver, de respirar…
Uma alegria sem igual e sem par…
Que sublime é amar…
Amar o verbo humano
Aquele ser sempre soberano
Que comanda a nossa mente
Que sabe aquilo que a gente sente
Aquilo que a gente sente e pulsa no coração
Por ser sentimento de dualidade… Sentimento sem comparação
Com qualquer pecuniária compensação
Que divinal é beijar…
Beijar e o ar retirar…
Que intenso e o tocar…
Para jamais igual se ficar…
Que pura e desmedida a entrega
À corpórea vontade que agrega
Amor, suor, gritos de prazer sem fim
Neste especial e terreno jardim
Onde nos tornamos santos sendo pecadores
Pecadores por sermos viventes dos amores
Que unem e não separam
Que ficam, gravam e marcam…
Para a posteridade
A dádiva ao sentimento da Universalidade…


João Paulo S. Félix  

Friday, September 5, 2014

Sentimento de perfeição...


Sentimento de perfeição…
Dizem que a perfeição não existe
Dizem que quem busca a perfeição é triste…
Então que todos o sejamos…
Que jamais vacilemos
Na tristeza dessa procura
Dessa procura… Procura que traz a cura
A cura para a monotonia… A cura para a solidão
Solidão e vida dura…
Vida dura e de contestação…
Que se irrompa sempre em busca do mais…
Do mais que é para nós, nós, seres especiais…
Que não queremos o bom e o banal
Que queremos o sorriso… um sorriso simples e leal
Reflexo transparente do coração
Do coração que deseja a paixão
A paixão e a vontade de amar
Amar alguém e a esse alguém se entregar
E nele toda a nossa vida confiar
De forma cega e destemida
De forma avassaladora e desmedida
Que felicidade a entrega de coração…
Ao amor sentido, ao amor de verdade
Verdade de uma realidade…
Que nos faz criar o desejo
De muito mais do que um beijo
De muito mais que um abraço ou carícia
Que busca saciar com algo mais… mais que seja com sabor a delícia
 Delícia e deliciosa concretização
O ato maior da perdição
A um amor feito real… a um amor de perfeição
Que seja sempre de construção
Para a humana consolação
Para a humana exaltação…

João Paulo S. Félix

Thursday, September 4, 2014

Quando...


Quando…
Quando… Quando…
Quando surge a vontade
Quando surge a felicidade…
Que cria estado de bem-estar
Que maravilha… Que maravilha esta de vivenciar
O quando… Quando se quis amar…
Quando se quis amar e as portas escancaradas deixar
Para que o sentimento pudesse entrar
Entrar, desenvolver, ficar e marcar
Para todo sempre… o viver… o pensar…
O pensar em sempre acarinhar
Acarinhar, beijar… ao lado de quem se ama estar
Quando… Quando se partiram correntes e quimeras
Quando se engoliram os montes da indiferença e as vozes das feras
Que mais não são que elementos
Secundários e sem sentimentos
Quando nos deixamos estar só a nós e no nós..
Quando nos queremos… Para jamais ficarmos sós
Quando… Quando...Quando…
Quando se quis dizer sim de coração
Quando se quis sorrir para a paixão
Deixar penetrar a seta da aproximação
A que cria unidade… A que cria a eternidade
Na terrena e espacial localidade
Onde se deseja…
Viver no outro como em cada um…
Viver no outro… num esplendor sem fim
Quando… Quando se faz do outro o mais precioso jardim…
Um jardim do sim…
Com as flores da esperança
Feitas do amor segurança
E para sempre cumplicidade
Porque quando se ama… Se ama de verdade
Porque o quando do amor é sincero… é um quando de imortalidade…

João Paulo S. Félix  

Wednesday, September 3, 2014

Escrevo ao sabor do sentimento...


Escrevo ao sabor do sentimento…
Recolho-me para escrever…
Escrever e algo poder dizer
Dizer por palavras que ficam eternas
Aquelas que ultrapassam as efémeras
Que são ditas da boca da humana criatura
Ouço música condutora…
De energias e forças de motivação
Para a revelação
Do porque de escrever…
O que me deu para tal fazer… o fazer acontecer
E muito…o muito que se pode querer
Querer contar…
Contar como é bom o sentimento de amar
Amar, ser amado e sempre ser vivo
Vivo no corpo, coração, pensamento… Pensamento do ser altivo
Do ser que arrebata e rebenta
As correntes da banalidade
E que nos desafia para a perpetuidade
Perpetuidade em cada olhar
Olhar, tocar, beijar…
Em cada ato maior de amor…
Da entrega a máximo esplendor
Da perdição na carnal dádiva…
Criadora de gemidos, cumplicidades… suor… fulgor
Que levam ao cósmico universo
A solitária vida cativa
Que se sente abençoada na trova
Aquela que superar toda e qualquer prova
De fidelidade, eternidade
Por ser sincera… Por ser dotada de máxima intensidade
Porque assim se revela a paixão
Paixão, amor… Verbo levado à exaustão
E que revelam do amor a sua natureza
Natureza e pureza
E afirmador de uma certeza
Que o amor é sentimento de realeza
E que tem imperativo… o imperativo de ser vivido em beleza
Beleza, entrega, reciprocidade…
Sem momento, ocaso, ocasião ou idade…
Mas com penhor de garantia… garantia de imortalidade…

João Paulo S. Félix

Tuesday, September 2, 2014

Uma confissão emergente... Ódio à noite existente...


Uma confissão emergente… Ódio à noite existente…
Uma confissão há a ser feita: Odeio a noite e o que ela representa…
Odeio a noite porque ela me impede de te sentir
Odeio a noite porque ela me proíbe de te ouvir
Devasso a noite por ela nos exigir o dormir
Porque existes noite malograda?
Porque nos apartas da pessoa amada
De a poder ter presente em cada instante
De a poder contemplar, em cada ocorrência do ser humano errante
Odeio a noite… a sua escuridão
Que leva ao grito do coração
Pela vontade da exaltação
A cada segundo, a cada fracção
Da paixão e de amor maior
Máximo e dotado de imenso esplendor
Que os ponteiros avancem até ao sol raiar
Porque com ele, sei te poder amar
Em cada aurora do novo dia
Com fulgor, sentimento, pujança e energia
Que fabuloso sentimento este que cruza a noite odiada
E que nos faz desejar a luz… a luz da pessoa sublimada
Tu que és princípio e centro da Humanidade
De quem ama e te sente como ninguém
De quem tudo faz… de quem a nada detém
 De querer ao mundo revelar
O amor de fascinar
Que vem para ficar: ficar e perdurar
Perdurar, unir, batalhar e consolidar
A cada novo dia… e em cada confessar
Do ódio à noite escura, fria, soturna e melancólica
E da paixão à vida na sensação
Sensação e constatação
De amor expoente de exaltação
A um estado: estado de amor, desejo e paixão…

João Paulo S. Félix