Wednesday, February 8, 2012

O chá das minhas avós...




O chá das minhas avós…
Hoje, neste dia
Nesta vida por mim vivida
Ao findar mais uma jornada tomei uma bebida
Dotada de simbologia, dotada de magia
Um chá, um simples chá
Como muitos o poderiam classificar
Mas para mim, ela tem muito mais a clarificar
Tem muito mais para contar
Um chá, o chá…
Que por baluartes da minha existência
Fragrâncias da minha envolvência
Essa bebida carinhosamente nomenclada por ela do chá do coração
O chá, que bela e nostálgica recordação
Que com elas bebia e que a minha criatura aquecia
Que bebia e na qual as bolachas molhava
Algo que me divertia, algo que me alimentava
Recordo com a saudade de cada dia, de cada momento
Aquela mãe que também tive e que não me sai do pensamento
Tu, minha querida avó, que tinhas as faces sempre coradas de amor
Do amor que te ia no coração
Por mim, por meu pai, por todos que te rodeavam
Recordo a tua voz lá longe a me chamar
A chamar para o chá vir a tomar
Vem à minha memória, palco da minha presença
Outro ser de maternal e matriarca essência
Tu, que trazias no rosto as saliências da tua missão
A missão de ternura, a missão de carinho, a missão de protecção
Da protecção e segurança das pessoas por quem nutrias paixão
As pessoas da família nossa, as pessoas da nossa pequena zona, da nossa região
Recordo que de São Bento à Barra… Que enorme saudade e recordação
De esta bebida convosco tomar
E de a poder saborear
Carregada do açúcar produto da humana criatura
Adocicada também pela candura
Do sentimento destes seres maiores
Destas mães que escreveram páginas de ouro no meu advento
Pessoas que vieram antes do meu tempo
Pessoas criadoras do meu contentamento
Deusas que foram vitais ao meu crescimento
E que me acompanham sempre em pensamento…
João Paulo S. Félix

Tuesday, February 7, 2012

Momento de conversão... Momento para a paixão...



Momento de conversão… Momento para a paixão…
Como os dias que correm
Como as correntes de aragem que voam
Como tudo o que carece de temporal
Temporal ocasião, temporal elevação
Como aquilo que também me invade e me ocupa o coração
Sinto uma lufada de ar…
Que me veio a incentivar
A algo, a algo único e deslumbrante
Um acto de essência vivificante
De ao lado de quem amo querer estar
E de a querer por todo o tempo para a sublimar e contemplar
Mas tu disseste-me: não tenho horário para te ofertar
Tenho mais a fazer, tenho mais a concretizar
Agarro-te com arrojo e intenção
E te vocifero ao ouvido: há sempre uma solução
Uma solução, a solução… de seu nome conversão
Converter o tempo que tens para outros afazeres
Em momentos que te dêem prazeres:
Prazer na alma, prazer no corpo, prazer no intelecto
Prazer bom, sentido e ecléctico
O prazer de amar… O prazer de te dares ao prazer
Ao nosso intenso e infernal actuar
No palco da humana vida como seres a exaltar
A exaltar a nossa paixão, ao exaltar na nossa concretização
De algo aprazível ao coração
Sem dizermos que não, sem espaço a ponderação
O arriscar sempre e o concretizar
Do amor que veio para ficar
O amor e a paixão que nos vieram a unificar
No momento da nossa consagração
Perante a pátria e os gentios
Cheios de maldades e de vícios
Pessoas efémeras e sem horizontes
Perante seres de coragem que ousam erguer pontes
Pontes com a felicidade
Pontes com a eternidade, para todo o sempre, para toda a eternidade…
João Paulo S. Félix