Thursday, November 26, 2020

Alma exponencial...

 


Alma exponencial...

Há na vida razão maior

Para não desistir à mínima dor...

Há na humana existência

Elevada consciência...

De se ter uma missão

Vital de coração...

Para a nossa marca deixar

E o nosso nome no mundo gravar...

Com exemplo de espanto

Com amor de encanto...

Com o amor

Altivo de imenso valor...

Algo que é de difícil explicação

Um sentimento que desafia à experimentação...

Em mais que uma hora

Sem tempo nem demora...

Em mais que um dia

Para acalmar a correria...

Em mais do que um mês

Sentimento maior que o destino fez...

Em mais do que um ano

Porque é sentimento soberano...

Um sentimento de uma vida

Um sentimento com atitude colorida...

De dar cor: ao negro e ao branco

Um sentimento que afasta todo o pânico...

Amor de atitude sorridente

Amor que faz o humano contente...

Que és do casal seu confidente

Das perfeitas imperfeições...

Que geram e superam superações

Para ultrapassar as limitações...

E limar as arestas para encaixar

A plenitude de amar...

Para sentir

Tudo o que está para vir...

Mesclados

Unos e amados...

No patamar da união

Que é nossa fusão...

Para diluir a confusão

E trazer luz de imensidão...

Para ser paz e serenidade

Para ser amor de eternidade...

Para ser algo detentor de esperança

Para ser mensageiro da doce bonança...

Amor eterno: sentimento especial

Amor unificador da alma exponencial...

João Paulo S. Félix

Wednesday, November 25, 2020

As certezas desta noite de névoa...

 



As certezas desta noite de névoa...

Na doce candura da noite fria

Surge a calma da frenética correria...

Surge a suavidade

Que confere à vida serenidade...

Que dá mais significado

Ao silêncio tão ambicionado...

Para o recolhimento

Para ser um momento de doce pensamento...

Em algo que faça sorrir

Depois da tristeza do dia se ir...

Para dar um envolvimento

Ao sonho que virá no sono de acontecimento...

Algo que seja de mesclar

E de querer muito abraçar...

Uma vontade suplicante

De viver algo nada errante...

Algo deveras fascinante

Intenso e vivificante...

Algo que seja consagrador

Do viver do amor...

Esse estágio maior

Do ser redentor...

Do ser de cumplicidade

Que quer viver a dualidade...

De algo apaixonante

De algo tão extasiante...

Poder viver de modo sôfrego...

Algo querido que não nego

Viver até o desbravar da alma...

E te poder quitar a calma

Poder devorar o teu ser...

Até soltar brados de prazer

Poder ser teu...

Como Julieta foi de Romeu

Fazer valer a pena...

Um momento mais que uma cena

Fazer perdurar...

Para que seja para imortalizar

O que nos une...

O que nos torna imune

Ao mundo de banalidade...

Que vive de trivialidade

Porque te amo e isso eu sei...

Foste tu a rainha que fez de mim um Rei

Que quer reinar...

No planeta do verbo amar

No presente do futuro...

Com amor belo e seguro

Com este sentimento que me envolve e povoa...

Com as certezas desta noite de névoa...

João Paulo S. Félix

Tuesday, November 24, 2020

A dor da vil saudade...

 


A dor da vil saudade...

Como vou eu descrever

Algo tão profundo ao humano ser...

Como conseguirei a audácia

De não cair em tormenta ou falácia...

Para poder ser lesto como uma garça

E não cair em desgraça...

Como poder ter

O controlo de viver...

E mais importante

Algo deveras fascinante...

A coragem

De conseguir passar a mensagem...

Que toca a alma

Que envolve e acalma...

Como não alarmar

E a vida desorientar...

Sem norte

Correndo risco de pouca sorte...

Porque há algo de muito maior

Que é a todos nós superior...

Um sentimento

Que causa contentamento...

E sensação

De conforto e proteção...

O amor

Esse ato maior...

Que nos envolve

Que nos devolve...

Vontade de viver

Desejos de amanhecer...

Sentimento que faz pensar

Em alguém para sorrir e amar...

Porque é imponente

Esse fármaco que cura o doente...

O doente e as doenças

Que afetam corpos e crenças...

Vem amor com fervor

E afasta de mim toda a dor...

Remove toda a mácula

E a minha existência cumula...

Com a certeza

De seres estádio de realeza...

De plena cumplicidade

De sagração para a eternidade...

Porque sem ti viver é vazio

E um existir ao relento e ao gélido frio...

Porque sem te ter...

Certamente me irei perder

Porque és vigor...

E máximo fulgor

Porque és,amor, sentimento que envolve a humanidade...

Porque sem ti sente-se a dor da vil saudade...

João Paulo S. Félix

Sunday, November 22, 2020

Dialeto dos afetos...



Dialeto dos afetos...

Na nossa multiplicidade

De mundo de universalidade...

Em que vivemos no meio cosmopolita

Em que a sociedade corre, explode e grita...

No cosmos da nossa existência

Há metafísica ciência...

Que tudo ajuda a facilitar

E que o ser humano vem a incentivar...

A linguagem

Que permite deixar de sentir à margem...

Uma língua feita dinâmica

Em vestes com dose elétrica...

De energia sem fim

Como o odor doce do jardim...

Em que se refuta o fel

E se almeja o suculento mel...

Há na linguagem várias dimensões

Que tornam reais as ilusões...

Há a linguagem falada

Que se usa pela voz da criatura formada...

Voz doce e penetrante

Para dizer o que é importante...

E deveras fascinante

O que em nós vai...

O que de nós não sai

Há a linguagem

De real imagem...

Do dizer que se ama

Que alguém nos inflama...

Que alguém nos povoa

Que alguém é coisa boa...

Há a voz dos carinhos

Demonstrados e trocados...

Os atos corporais

Que nos tornam imortais...

Nos beijos, nos abraços

Que se querem em todos os espaços...

Para serem expoente

Da fuga da condição de indigente...

Há a linguagem do olhar

Que simplifica onde a voz tende a vacilar...

Para tudo fazer acontecer

E dar certificação de que se está a viver...

Há da alma, também, uma linguagem

Que é pensamento constante e de viagem...

A cada acontecimento

Do amor feito alimento...

Há da linguagem a verdade

Da sua multi-lateralidade...

Uma linguagem sem idade

A linguagem feita ato, sentimento e gestos...

Linguagem que é o dialeto dos afetos...

João Paulo S. Félix 

Saturday, November 21, 2020

Remos na mão...


 

Remos na mão...

Nesta etapa de existência

Em que se luta pela sobrevivência...

Em que há desafios a vencer

Onde há vontade de o sol ver a nascer...

E tudo fazer acontecer

Tudo o que seja de felicidade...

Tudo que nos consagre na imortalidade

Algo que seja memorial...

E deveras especial

O viver do esplendor...

O viver do sentimento de amor

Um sentimento sem igual...

Que concede premissa imortal...

A quem o sente

A quem é divina gente...

Que jamais desmente

O que é emergente...

O que está a fluir

E que está a contribuir...

Para conceder leveza
À vida com dureza...

Um sentimento de firmeza

Que resiste a toda rudeza...

Amor fascinante

E constantemente desafiante...

Um estado

Querido e amado...

Com todo o tempo e sem fim

Uma constante de eterno sim...

Amor de doçura

Que concedes total candura...

E sentido

Ao ser humano esquecido...

Amor que és presente

E sentimento sempre latente...

Nas memórias dos acontecimentos

Dos obstáculos vencidos...

Porque amor

Recordo com ardor...

Cada instante

De vivência vivificante...

De beijos, abraços

De cópulas e amassos...

Os momentos sem ocaso

Que tudo dava aso...

A presença no pensamento

No coração de encantamento...

Porque eras, és e serás

Ser de tudo em mim capaz...

Porque tu força me dás

Para ser bravo, doce e sagaz...

Porque amor: sabes bem que és

Deusa perante a qual me prostro aos pés...

Porque enquanto sentir

Este sentimento de existir...

Enquanto sentir este amor mais do que quimera e paixão

Remo com amor, a nossa embarcação: com os nossos remos na mão...

João Paulo S. Félix

Friday, November 20, 2020

Odisseia do universo do afeto...



Odisseia do universo do afeto...

A noite que se vive

Em que tudo sobrevive...

A noite de escuridão

Convidativa para a dissertação...

Do que vai no coração

Para o dedilhar...

Como a guitarra que notas tende a picar

Dedilho-te e em ti entro...

E em ti me centro

Para te ouvir...

Meu cárdio elemento de existir

Tu que já muitas aventuras passaste...

Muitos momentos vivenciaste

Diz-me com carinho...

O que te faz sentir o conforto de um ninho

Falas-me sofregamente...

De algo bem presente

Do amor...

Desse sentimento maior

Que te faz vibrar...

Que te vem a despertar

O amor nas ternuras...

O amor das bravuras

A trova emocional...

De dizer o que é sentido e especial

O que em ti vai...

O que de ti se extrai

Continua coração a me emocionar...

Ao ponto da lágrima derramar

Por contigo lembrar...

Do momento

Feito acontecimento...

Da cumplicidade

Do amor sem idade...

Do beijo

Ardente de desejo...

Da entrega mundana

A uma certeza que emana...

Da felicidade

De seres a eternidade...

És lembrança

Do acontecimento feito bonança...

És a vontade

De tudo voltar a ser realidade...

Porque amor: és sentimento de esperança

Querido e almejado desde criança...

Para construir algo de sensacional

Ao lado de alguém fora do normal...

Alguém que me compreenda com um olhar

Alguém que me complete no desejar...

Alguém que me regenere

E que tudo consegue...

Amor este é o meu repto

A odisseia do universo do afeto...

João Paulo S. Félix 

O fascínio de fazer acontecer...



O fascínio de fazer acontecer...

Nesta vida de suave existir

Em que tudo tende se exibir...

Em alma

Que tudo acalma...

Que é estádio pleno

De algo doce e sereno...

Um sentimento

Gerador de contentamento...

Amor

Que és esplendor...

Que és nosso redentor

Que castras a solidão...

Para criar a cúmplice dimensão

Entre os amados...

Entre os predestinados

Que delícia...

Viver a doce malícia...

Do ardente gesto que acaricia

Do beijo que fervilha...

Que causa a imponente maravilha

No celestial inferno que é amar...

Esse sentimento que tudo vem transformar

E colmatar...

Ausências

E sólidas carências...

Amor de plenitude

De causas quietude...

De altiva magnitude

Amor de despertar...

Que os sentidos vens alvorar

Que o coração fazes palpitar...

E pujante ser

Para ter fúria de viver...

Para tudo fazer acontecer

Para tudo desvendar...

Neste mundo de canibalizar

Amor voraz...

Que nos apraz

Recordar...

Toda a loucura por amor

Todo o gesto de doce fervor...

Que se levou a efeito

Para viver o feitiço perfeito...

Que é o de estar

Que é o de pensar...

Que é o de abraçar

E docemente olhar...

E algo confirmar

Que és quem vai acompanhar...

Até ao momento do último suspiro soltar

Até ao anoitecer do corpo material...

Mas até esse acontecimento

Viver o amor nosso de pleno alento...

O bem estar de viver

O fascínio de fazer acontecer...

João Paulo S. Félix 

Monday, November 9, 2020

Procura-me no amor: Para ti... Lá sempre irei estar...

 



Procura-me no amor: Para ti... Lá sempre irei estar...

Na vida das estradas

Naquelas inesperadas...

Com as estórias das humanas jornadas

As estradas dos acontecimentos...

Que uniram sentimentos

E deram a conhecer...

Seres

Que no amor vieram a viver...

Nesse sentimento arrebatador

Que quita todo o mal, a mágoa e a dor...

Amor

Doce esplendor...

De algo verdadeiramente arrasador

Sentimento capaz...

De conceder a almejada paz

Na cumplicidade...

De um amor que não olha a idade

A um estádio com mais luz que a cidade...

Amor: és tu

Sentimento que põe tudo a nu...

Amor que tudo opera

E que toda a ferida regenera...

Que todo o passado dissipa

E que ao melhor se segura: como náufrago a uma ripa...

A ripa do que há de melhor

A doce sensação do amor acolhedor...

Amor que trazes para o presente

Algo nada renitente...

A certeza das duas vias do percurso

Que ambos percorrem a pulso...

Porque sentem do coração o chamamento

Para viver muito mais que o deslumbramento...

Mas a confirmação

Do sentimento que repele a solidão...

Amor

És fervor...

És luz e intenso farol

Mais brilhante do que o Sol...

Que é astro central e maior

Porque amor...

És o garante

Da vivência de algo fascinante...

Amor de saciedade

Que és para toda a eternidade...

A demanda de algo especial

De algo único, belo e sensacional...

A viver sem arrepender

Até ao último suspiro do ato de viver...

Por isto tudo que te estou a contar

Procura-me no amor: Para ti... Lá sempre irei estar...

João Paulo S. Félix

Saturday, November 7, 2020

Para nunca mais te esquecer...

 



Para nunca mais te esquecer...

Faz hoje dezanove anos

Em que se toldaram todos os planos...

De te ter para futuro

Presente em cada momento, meu tesouro...

Fazem dezanove e custa lembrar

O momento em que me foram chamar...

Para me dizer

Que nunca mais te voltaria a ver...

Que nunca mais iria escutar

A toda doce voz a me chamar...

Nunca mais sentir

A tua mão a me fazer sorrir...

Com os carinhos e a ternura

Com os abraços de doce candura...

De ti minha avó

Que me vieste a deixar só...

E nada mais foi igual

Nada mais foi especial..

A Páscoa, o São João, a festa de Natal

Como doí não te ter aqui...

A ti: minha avó Iraci

De pequena altura...

Mas de enorme bravura

Com as faces rosadas...

Sempre à espera das tuas gentes amadas

De mim e num olhar...

Com quem está a segredar

A dizer para ir ao móvel rangedor...

E dele tirar o viriato tentador

Nada mais teve o mesmo sabor...

Nunca mais a quinta teve encanto

Porque estavas em todo e em cada canto...

A tudo cuidar e preservar

Com ternura: a saudade das roseiras te ver podar...

Saudades do teu amor

Sem tamanho e com todo o fervor...

Como era bom

Voltar a ouvir o som...

Do teu timbre a chamar

Como aquele dia tudo mudou...

E a gente miúda que era adulta se tornou

Com a dor e a saudade que a tua partida deixou...

Saudades daquele nosso chá e torradas de lareira

Que eram delícia e manjar a tarde inteira...

Que dor esta de não te ter

E para ti poder correr...

Para do dia te poder falar

Dos meus sonhos te contar...

E no teu carinho me poder aquecer

Porque avó és amor: Para nunca mais esquecer...

João Paulo S. Félix ( O teu Paulinho)

Thursday, November 5, 2020

Tocar a alma...

 



Tocar a alma...

Que dom e que felicidade

O de poder com realidade...

Poder tocar

Sentir e manipular...

Com os dedos

Poder desvendar segredos...

Poder desbravar

Espaços para explorar...

Tocar

É o ato de alcançar...

Alcançar e obter certeza

Do toque urbano ou da natureza...

E quando não

Surge algo que gera a confusão...

Realidade intelectual

Que gera algo se sensacional...

Um clima que se adensa

Nesta existência imensa...

Porque há mais vida

Nesta doce vida de melodia...

Do que o toque humano

Aquele que é mundano...

Aquele que é do toque

Do toque que pode gerar choque...

Choque e queda de elementos

É por isso que há: toque de sentimentos...

Aquele toque interior

Que remexe o intelecto...

Para alcance de algo correto

E que seja gerador de paz...

Paz, calma, serenidade que seja capaz

De poder sorrir...

Poder seguir

Poder viver...

Para fazer acontecer

O amor...

Esse esplendor

Que é luz...

Que encaminha e seduz..

Porque há toques de motivação

Que fazem fervilhar o coração...

Para lhe demandar

Viver a paixão de fascinar...

O amor de confirmação

Que esta vida é para consagração...

E para marca deixar

Para poder inspirar...

Para poder a cumplicidade vivenciar

Com o ser que o fado nos deu para amar...

Amar e realizar

Nesta Terra planeta a habitar...

Onde o amor nos dá a calma

Onde esse sentimento nos vem tocar a alma...

João Paulo S. Félix

Pelas entranhas da madrugada...



Pelas entranhas da madrugada...

Seguem os minutos

Nesta noite de silêncios...

Em que só brilha o som da luz

Que me ilumina e me induz...

A este ato poder praticar

De dedos num teclado gravar...

E algo fazer originar

E movido pela vertigem...

Da adrenalina da origem

De toda a inspiração...

Que pulsa do coração

Almejo escrever com sofreguidão...

Algo que seja minha vital recordação

E possa ecoar por todo o tempo e por toda a estação...

Algo que me confirme

De modo pleno e firme...

Como ser de emoções

E de doces recordações...

E segue o tic tac do relógio analógico

E dou por mim a pensar em nada lógico...

O amor...

Esse sentimento de esplendor...

O amor não tem lógica

Porque o que o tem é a oportunidade histórica...

De sagrar nossos nomes para a eternidade

Como seres de amor sem idade...

Como seres com vivências de saciedade

Dos humanos desejos...

Dos carnais e viscerais anseios

Em aos orgásmicos patamares chegar...

Como quem no Éden ousa entrar

Por ter feito amor

O amor do sexo das almas: seu redentor...

Que êxtase e que catarse

Os beijos, os gestos, os corpos a entregarem-se...

A temperaturas vulcânicas

A imoralidade quase satânicas...

Que são divinas e consagradas

Muito queridas e amadas...

Amor: sentimento magno

Vivido neste espaço mundano...

No qual

Vivemos tudo de modo maquinal...

Menos o amor e a paixão

Que são de séria e nobre condição...

E que está ao alcance

De quem proporciona a chance...

De ser criatura predestinada

Ao amor... Pelas entranhas da madrugada...

João Paulo S. Félix 

Wednesday, November 4, 2020

Mala de mão...

 



Mala de mão...

Hoje numa incursão

A uma área comercial e de restauração...

Passei por um corredor

E o olhar ficou com primor...

Num objeto muito usado

Com rodas e para viagens utilizado...

Uma mala e o pensamento a voar

Para onde iria aquela mala chegar...

Macau, Nova Iorque, Singapura?!

Mas depois vem ao pensamento a tortura...

E da vida a sua agrura

Que poderia ser significado...

Do laço familiar cortado

De ver os jovens de capa e batina...

A seguir uma triste sina

A olhar pelo canudo...

Para um mundo mudo

Que seca internas alegrias...

Para exteriorizar com ardentes lágrimas

De ida...

De saída

De Portugal e do seu canto...

Para procurar trabalho ficando em pranto

Pais, irmãos, tios e avós...

Que ficam fatidicamente sós

Hei-los para a emigração...

Carregados de formação

E com sonhos feitos pó de desilusão...

Hei-los também sem trajes ou graduações

E que seguem os mesmos trilhos e emoções...

Numa qualquer gare ou cais

De embarques onde ficam gemidos e os ais...

Vão para o desconhecido

Procurar lugar para o mérito ser reconhecido...

Para também o pecúnio conquistar

E os seus projetos poder concretizar...

Vão com a incerteza

Vão para a dureza...

Da mundial dimensão

Vão: levando nas mãos o coração...

E ralhos presos na voz

Que realidade crua e atroz...

Eles que emigram na humanidade

Deixando em aldeias cidades e vilas saudade...

Hei-los que vão...

Levando junto ou deixando no porão

A sua pesada e significada mala de mão...

João Paulo S. Félix

Tuesday, November 3, 2020

Invasão...

 



Invasão...

Tomas-me sem pedir licença

Entras e fazes sentir a tua presença...

Entras em mim como um tornado

E deixas tudo alterado...

Dás paz a todo o caos

Dás bondade aos momentos maus...

Vens e tudo transformas

E a minha vida conformas...

Em plenitude

Na fuga da ilicitude...

Vens à minha vida

Pôr termo à existência sofrida...

Vens...

Não conténs

Ímpetos ou vontades...

Desejos ou veleidades

Vens para beijar...

Vens para amar

Vens para o corpo satisfazer

E para a alma florescer...

Com a entrega e cumplicidade

Com todo o amor de infinita saciedade...

Vens à minha vida com uma intenção

A nossa fuga à solidão...

Vens e deixaste ficar

E eu tendo a rejubilar...

Porque sempre em ti estou a pensar

Em ti: que és meu dínamo sem vacilar...

Tu que és a consolação

E calor em toda e qualquer estação...

Tu: sempre tu

Que colocas tudo a nu...

Corpo e sentimentos

Ternuras e doces alentos...

Tu que és perfeição...

Tu que és divina constituição

De ser de plenitude...

De assombrosa virtude

Que me faz...

Voar

Sorrir...

Evoluir

E ter a vital certeza...

De seres a minha fortaleza

De seres a minha imensidão...

De seres amor de perdição

Amor de doce coração...

E tudo despoletado com a tua invasão...

João Paulo S. Félix

Monday, November 2, 2020

Quando a noite cai...

 



Quando a noite cai...

Quando a escuridão

Nos mostra nova dimensão...

Nova realidade

Com nova adversidade...

Quando a luz dá lugar ao escuro

Quando a barulho dá espaço ao silêncio de um muro...

Quando vem a noite ao nosso dia

E o calor dá espaço à temperatura fria...

Quando somos à reclusão convidados

E ao pensamento desafiados...

Múltiplos temas murmurados

São soltos e revoltos...

Pelo cérebro ganham propriedade

Para ditar a agenda como severidade...

E serem a realidade

A ser encarada...

A ser escalculizada

E o intelecto...

Solta altivo decreto

Quero falar de amor...

Desse sentimento desafiador

Que torna o ser competidor...

Para fugir da dor

E conquistar refúgio consolador...

Em alguém

Que ao coração convém...

Para o ser nutrir

Nutrir e fazer sorrir...

E dar a tudo sentido

Sentido de felicidade...

Sem idade ou tonalidade

Para ser simplesmente amor...

Esse sentimento reparador

De toda a ferida e mágoa...

Para ser um presente de realidade boa

Que seja inspirador...

Que seja sentimento de fervor

Para logo pela manhã ser vivido...

E ser dito e mil e uma vezes repetido

Num doce alvorar...

E dizer que no ser amado se esteve a sonhar

A sonhar e a pensar...

Para do pensamento

Ser firme presença de contentamento...

Porque quando é amor: nada subtrai

Quando é verdadeiro sentimento: nada distrai...

Quando se vive amor: é sentimento que não se vai

Porque quando é amor que supera todo o ai

É estádio presente...Quando a noite cai...

João Paulo S. Félix

Sunday, November 1, 2020

Luzeiro...



Luzeiro...

Nesta hora desta noitada

Que dá início a nova jornada...

De breu e escuridão

Na qual a média luz é a solução...

Para ter clareza

E nela sentir e tocar a pureza...

Que tende a ter leveza

Leveza de serenidade...

Da calma da alma da cumplicidade

Seguem os tempos do maquinal relógio...

E do nada, respiro e sorrio

Com o extravasar...

Do que em mim se veio a instalar

Instalar e apoderar...

Algo arrebatador

Quitador de qualquer dor...

Algo que é fascinante

E verdadeiramente eletrizante...

A eletricidade do coração

Que faz pulsar a emoção...

Que serve de ventilador

E é elemento redentor...

Do nada soa música envolvente

Para criar um clima efervescente...

Algo transcendental

Único, ímpar e especial...

Muito fora do normal

Algo sacro e mundano...

Um sentimento soberano

Algo a que os antigos aspiravam...

E aos seus deuses suspiravam

Os gregos, os romanos

Aos poli deuses de que estavam rodeados...

E pedido esse que chegou aos nossos dias

De infernais vertigens e correrias...

Em que simplesmente há algo que nos suaviza

Um sentimento que nos diviniza...

O amor

Esse magno estado de esplendor...

De cumplicidade entre a terra e o mar

Entre o ser amado e o poder amar..

Quem nos mostra os caminhos

Quem nos oferta os carinhos...

Dádiva altruísta

De alguém muito egoísta...

De quem quer o seu bem estar

Porque esse lugar, é do ser que veio a desejar...

O ser que completa, que ampara e existe

Na memória, no coração: ser que nunca desiste...

De dizer que ama: com sentimento que inflama

Que quer viver algo muito mais do que uma cama...

Que quer viver do sentimento que o destino lhe deu

Viver algo pleno e perfeito: mais do que Julieta e Romeu...

Amor que és ser que me faz sentir inteiro

Amor te peço: sê o meu farol, sê sempre o meu luzeiro...

João Paulo S. Félix