Sunday, November 22, 2020

Dialeto dos afetos...



Dialeto dos afetos...

Na nossa multiplicidade

De mundo de universalidade...

Em que vivemos no meio cosmopolita

Em que a sociedade corre, explode e grita...

No cosmos da nossa existência

Há metafísica ciência...

Que tudo ajuda a facilitar

E que o ser humano vem a incentivar...

A linguagem

Que permite deixar de sentir à margem...

Uma língua feita dinâmica

Em vestes com dose elétrica...

De energia sem fim

Como o odor doce do jardim...

Em que se refuta o fel

E se almeja o suculento mel...

Há na linguagem várias dimensões

Que tornam reais as ilusões...

Há a linguagem falada

Que se usa pela voz da criatura formada...

Voz doce e penetrante

Para dizer o que é importante...

E deveras fascinante

O que em nós vai...

O que de nós não sai

Há a linguagem

De real imagem...

Do dizer que se ama

Que alguém nos inflama...

Que alguém nos povoa

Que alguém é coisa boa...

Há a voz dos carinhos

Demonstrados e trocados...

Os atos corporais

Que nos tornam imortais...

Nos beijos, nos abraços

Que se querem em todos os espaços...

Para serem expoente

Da fuga da condição de indigente...

Há a linguagem do olhar

Que simplifica onde a voz tende a vacilar...

Para tudo fazer acontecer

E dar certificação de que se está a viver...

Há da alma, também, uma linguagem

Que é pensamento constante e de viagem...

A cada acontecimento

Do amor feito alimento...

Há da linguagem a verdade

Da sua multi-lateralidade...

Uma linguagem sem idade

A linguagem feita ato, sentimento e gestos...

Linguagem que é o dialeto dos afetos...

João Paulo S. Félix 

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