Saturday, November 7, 2020

Para nunca mais te esquecer...

 



Para nunca mais te esquecer...

Faz hoje dezanove anos

Em que se toldaram todos os planos...

De te ter para futuro

Presente em cada momento, meu tesouro...

Fazem dezanove e custa lembrar

O momento em que me foram chamar...

Para me dizer

Que nunca mais te voltaria a ver...

Que nunca mais iria escutar

A toda doce voz a me chamar...

Nunca mais sentir

A tua mão a me fazer sorrir...

Com os carinhos e a ternura

Com os abraços de doce candura...

De ti minha avó

Que me vieste a deixar só...

E nada mais foi igual

Nada mais foi especial..

A Páscoa, o São João, a festa de Natal

Como doí não te ter aqui...

A ti: minha avó Iraci

De pequena altura...

Mas de enorme bravura

Com as faces rosadas...

Sempre à espera das tuas gentes amadas

De mim e num olhar...

Com quem está a segredar

A dizer para ir ao móvel rangedor...

E dele tirar o viriato tentador

Nada mais teve o mesmo sabor...

Nunca mais a quinta teve encanto

Porque estavas em todo e em cada canto...

A tudo cuidar e preservar

Com ternura: a saudade das roseiras te ver podar...

Saudades do teu amor

Sem tamanho e com todo o fervor...

Como era bom

Voltar a ouvir o som...

Do teu timbre a chamar

Como aquele dia tudo mudou...

E a gente miúda que era adulta se tornou

Com a dor e a saudade que a tua partida deixou...

Saudades daquele nosso chá e torradas de lareira

Que eram delícia e manjar a tarde inteira...

Que dor esta de não te ter

E para ti poder correr...

Para do dia te poder falar

Dos meus sonhos te contar...

E no teu carinho me poder aquecer

Porque avó és amor: Para nunca mais esquecer...

João Paulo S. Félix ( O teu Paulinho)

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