Thursday, May 19, 2022

O amor decifrado...


O amor decifrado...

O que é o amor

Sim, o que será esse tremor...

Sim porque faz tremer

Sim porque faz estremecer...

Com os ciúmes

Com as saudades...

Com as humanas crueldades

Com as mundanas maldades...

O amor é imperfeito por ser perfeito

O amor é sentimento fora do conceito...

Amor não é preceito

Nem um ritual reto e direito...

O amor faz o coração pulsar

E vem vida dar...

Vem o Homem ressuscitar

Da morte da solidão...

Para a vontade de consolação

Para fugir ao estar só...

Porque amor... Amor causa um nó

De medo de quando se virar pó...

E jamais se puder estar

Com quem se veio a amar...

Mas esse medo eu afasto

E no hoje quero algo menos nefasto...

E algo doce e especial

Algo que seja real...

E sentido internamente

Um sentimento sempre presente...

Por ti ser que amo

E que por ti clamo...

E te peço aos deuses

Nos sacrários onde estão as cruzes...

As nossas das rotinas

Que são docemente aglutinadas...

Pelos gestos do que se sente

Porque amor é sentimento exigente...

Porque amor: é ser imatura perante a falta

De quem nos é tudo e nos exalta...

Amor é querer

Viver...

Sem demora

Sem hora...

O que nos une

O que nos torna imune...

Amor

Sim, tu minha flor...

Minha doce candura

Minha terna formosura...

Tu que és ser por mim desejado

Tu que és... O amor decifrado...

João Paulo S. Félix 

Tuesday, May 17, 2022

Doença incurável...

 


Doença incurável...

Na vida nada tende a acontecer

Sem se contar ou se prever...

Na vida orientada

Em que toda a incidência é planificada...

E orquestrada

Ao compasso da hora marcada...

Em que tudo é mecânico e melancólico

Criando constrangimento e cenário bucólico...

Até que somos infetados

E eternamente contagiados...

Por um vírus imortal

Que tende a se tornar memorial...

Memorial e memorável

De acontecimento de fulgor...

Originando com ardor

O amor...

Sim uma doença que ataca os humanos seres

E muda todos os seus viveres...

E todos os seus afazeres

Vidrando o pensamento...

Em quem é causa do nosso contentamento

Colocando o nosso coração refém...

De quem é incrível e lhe convém

Que sentimento este infernal...

Que vem a ficar e a ser deveras especial

Um ser altivo: uma criatura...

Dotada de esplendorosa formosura

E se o amor for loucura...

Não quero dele descobrir a cura

Porque se o amor nos deixar senis...

Quero que saibas que contigo fui feliz

Fui, sou e serei...

Porque te amo e amarei

Porque te quero e quererei...

Porque te desejo e sempre te desejarei

Porque és a diva que faz de mim um rei...

Um rei que tem o trono na paixão

Que é o teu condado de perfeição...

Porque nesta doença sentida

Que dilui a dor da vida sofrida...

Neste sentimento que nos envolve

E que do mundo nos dissolve...

Somos levados a cair

No amor... E dele não mais sair...

Porque isso não acalentamos

Porque o amor sublimamos...

E o mesmo agarramos

Para viver...

E dele nunca mais o rasto perder

Para sermos um só inseparável...

A vivermos o amor... Que é doença... Uma doença incurável...

João Paulo S. Félix

Saudade, saudade...



Saudade, saudade...

Quanto de nós

É medo de estar sós...

Quanto em mim

É vontade de ti: flor do meu jardim...

Quanto do meu dia

É tua motivação: minha alegria...

Quanto do meu existir

É vontade de não desistir...

De viver

De não querer falecer...

Quando o que mais desejo

É de ti: o teu beijo...

Que venha a ser uma bússola de compasso

Que me venha a indicar a estrada de cada passo...

Quanto de mim é frenesim

De quando não te tenho para mim...

Quanto do meu existir dou ênfase na temática 

É vontade de contigo abolir a matemática...

Porquê? Porque ela é plenitude de problemas

E contigo quero somente a simplicidade sem esquemas...

Quero a doçura da música em cada tema

Quero contigo fazer da felicidade nosso lema...

Quero contigo poder edificar

O nosso castelo para o momento de amar...

Para o acaso sem ocaso

Para vivermos o nosso caso...

Caso sério e febril

Que nos faz ficar a mil...

Que nos faz o outro querer

Devorar, degustar e remexer...

Sentir o toque, o gesto, o pecaminoso olhar

Aquele que vem para nos aglutinar...

Um olhar avassalador

Que mostra o ardente amor...

Aquele sentimento no qual

Nos fadamos para sermos algo de especial...

Amor...

Sentimento com fulgor

Com vontades

Com maldades de trivialidades...

Amor de intenção

Que nos leva a cair na deliciosa tentação...

Amor de plenitude

Que nos faz encontrar no outro completude...

Amor: sentido exato, não desilude

Amor: sentimento firme: de gesto, ternura e atitude...

Amor: sentimento 

Causador do meu contentamento...

Amor que nos afasta de toda e qualquer maldade

Porque: meu amor, quando não estás, eu sinto: Saudade, saudade...

 João Paulo S. Félix  

Wednesday, May 11, 2022

Noites suaves...

 


Noites suaves...

Quanta serenidade

Se sente na eternidade...

Que o silêncio da noite nos oferece

E com ele... e ele: tudo acontece...

Tudo tem razão de ser

Tudo vem ao pensamento e nos faz amanhecer...

E despertamos sentidos

E prazeres para serem vividos...

E é nos concedida

A magna lei da vida...

Para fazer

Para realizar sem arrefecer...

As vontades da felicidade

Os desejos de imortalidade...

Em que o sorriso será o tudo

E o todo dentro mundo mudo...

Em que queremos dar passos

Que destruam os embaraços...

E nos façam estabelecer os laços

Mais belos e duradouros...

Laços perfeitos

Selados com doces beijos...

E afetos

Ternos e honestos...

E com tudo

Tornar o meu eu sortudo...

Por poder edificar

O amor e verbalizar...

O verbo amar

E dizer: que te amo...

Que por ti clamo

Que por ti espero...

Que por ti eu esmero

Por ti... a minha imperfeição...

Eu corrijo para tudo ficar em condição

Para o nosso encaixe fascinante...

Que nos coloque loucos e de forma asfixiante

Momento no qual eu te cortejo...

O corpo, a alma, o pensamento e o desejo

Porque te amo e isso eu sei...

Porque desconheço se com Alzheimer ficarei

E tudo do mundo esquecerei...

Porque quero que conheças o que vai no coração

O que o faz pulsar de emoção...

O que nele provocas

O que tu convocas...

Em todas as horas

Em que tens de mim as claves...

Da felicidade: nos dias... Nas noites suaves...

João Paulo S. Félix

Monday, May 9, 2022

Travessias...

 


Travessias...

Na serenidade da confusão

Em que está a humana inquietação...

Dou por mim a água beber

Para hidratado me manter...

E tentar

Do mundo me afastar...

Para poder escrever

Para algo fazer acontecer...

E no meu espaço estou

Onde tudo começou...

E todos os sentimentos despoletou

Aqui onde sonhar...

É ato a comandar

As vontades de concretização...

Do que nos impele o coração

Esse lugar feito nação...

Com um poderoso governo de ação

Porque nele reside a razão...

Que traz ao intelecto mais do que perceção

Dos caminhos a trilhar...

Para a felicidade encontrar

É não olhar...

Para traz e para o que magoou

E agarrar ao que de feliz ficou...

E desses fragmentos

Fazer pedaços de fermentos...

Para serem motivação

Para viver o sentimento da paixão...

Que une e dá vontade de não exaustão

Um sentimento maior de sublimação...

Vem amor à minha vida

E põe de parte cada ferida...

E cada dor de terna mágoa

Vem ao meu ser e o mesmo coroa...

Com a arte e engenho

De passar à ação o mais perfeito desenho...

Que não é de Da Vinci, Miró ou Picasso

Mas um desenho perfeito: perfeito em amasso...

No amasso de duas vidas e corações

Que colocam ao largo as desilusões...

E que se unem em gestos e olhares

Nos beijos e nas juras que se tendem a trocar...

De eternidade sem fim

E do nada se deu razão ao sim...

A um sim de alma

Um sim que tudo acalma...

Um sim de unidade

Para o amor ser plena realidade...

E ser feito contra todas as ondas e maresias

Um amor a dois... Pronto para todas as travessias...

João Paulo S. Félix

Thursday, May 5, 2022

Nos retalhos... O amor...

 


Nos retalhos... O amor...

Na viva vivida

Aquela da infernal corrida...

Em que somos pedaços de mundo

Num universo adverso e profundo...

Numa realidade de realidades

Em que se mesclam muitas verdades...

Temos pequenos pedaços

Que juntamos para por fim aos estilhaços...

Porque na vida somos fragmentos

E somos cola de ligação e cimentos...

Que solidificam sentimentos

Porque na vida: qual artista...

Pegamos e matamos a nossa índole derrotista

E nos vestimos de coragem...

Para remar até outra margem

Onde dos cacos humanos...

Façamos tesouros soberanos

E deixemos penetrar...

Na nossa vida: quem os queira concertar

Quem os deseje unir...

E para nós docemente venha a sorrir

E sejamos plena cumplicidade...

Que façamos fascínio

Do nosso terno desígnio...

Que consigamos fazer

Com que o choro se venha a deter...

A tristeza jamais venha a suceder

E o sol...

Seja algo bom: um farol

E o luar...

Seja nossa estrela de fascinar

E seja a lua nossa confidente...

E seja ela confessora da banal gente

E que sejamos artesãos...

Para cuidar com minúcia o que temos em mãos...

O coração

De quem veio dar razão...

Ao nosso viver

Então: que saibamos proteger...

Cuidar e preservar

Que saibamos os fragmentos unificar...

E juntos a plenitude visitar

E nela: nela eternamente ficar...

Para vivenciar

O ato de se ser amado e poder amar...

E poder criar tudo de um nada

E poder ter a nosso lado: a pessoa fadada...

Para ser companheira da humana jornada

Porque saibamos ser alfaiates com fervor...

A coser... nos nossos retalhos... O amor...

João Paulo S. Félix

Tuesday, May 3, 2022

Nas entranhas do amor...

 


Nas entranhas do amor...

Sou levado a penetrar

Em mim e mergulhar...

Para me ouvir

Para comigo reunir...

E poder no silêncio da multidão

Levar a efeito nobre missão...

Aquela de me definir

E saber que porta devo abrir...

Reuni com a minha alma

Aquela que me serena e acalma...

Ouvi de forma vociferada

A vontade pela alma proclamada...

Para ser eu mesmo

Ser eu mesmo: ser supremo...

Em vontade de determinação

Em anseio de coração...

De ser feliz e sorrir

De deixar emergir...

As forças ciclópticas

Que jamais são vencidas...

E jamais são demovidas

E que são avassaladoras...

Forças que acasalam com vontades

De amores de liberdades...

De hormonas e realidades

Sem olhar a lugares ou idades...

E nessas vontades

Realizar imorais atrocidades...

Em sexuais práticas de exaustão

Que nos coloquem a ser motor de combustão...

Em atividade constante e sem cessar

Porque somos ser a fervilhar...

Porque somos desejo

De muito mais do que o ordinário beijo...

Porque queremos a imortalidade

Feita cópula de cumplicidade...

Realizada com arte e engenho

E com dimensão sem tamanho...

Porque queremos do amor a totalidade

Porque queremos do sentimento a realidade...

Porque almejamos o outro completar

Em jogos de sedução a realizar...

Porque queremos o frenesim

E poder sempre dizer sim...

Ao amanhecer apaixonado

Ao acordar amado e desejado...

E com vontade de viver

E sem ensejo de desvanecer...

Porque tudo sentimos com fervor

Quando é sincero... Quando está... Nas entranhas do amor...

João Paulo S. Félix

Monday, May 2, 2022

Nas noites dos amores...



Nas noites dos amores...

É nas noites das madrugadas

Aquelas muito esperadas...

Em que se dão largas

Aos desejos e palavras...

É nas noites das madrugadas

Aquelas muito cobiçadas...

Que sentimos a plenitude

Da calmia da solicitude...

De deixar falar

Os termos que a alma vem a soltar...

É no silêncio da mansidão

Que ouvimos o coração...

E dele toda a emoção

É durante o noturno período...

Que falamos do sentimento sem soldo

Daquele sem moeda de troca...

Daquele estádio que nos provoca

Todo o ardente desejo...

De carícia, do infernal beijo

É na noite que se tende a divagar...

E o corpo do outro suplicar

Para realizar...

Fantasias e caprichos

Em bacanais ou nos cúmplices rebuliços...

Sentir o suor a despontar...

E o bater intenso do ato de gritar

Sentir o escorrer...

Dos líquidos que se tendem a verter

Na vertiginosa loucura...

Do amor feito aventura

Imensa e derradeira...

Do amor que não conhece fronteira

Amor: palavra exata que não desilude...

Amor sentimento ao qual se alude

Quando queremos falar de felicidade...

Quando queremos a eternidade

De algo vivido e sentido de verdade...

Algo que dá alma e vida

Algo que é resposta à existência sofrida...

O amor feito mais que filosofia

Mas ciência que se desafia...

A nos convocar

A nos imortalizar...

Amor vontade de viver

Do outro e ser para ele amanhecer...

Amor feito flor

De ternura e esplendor...

Amor feito doces odores

Sentidos e cobiçados... Nas noites dos amores...

João Paulo S. Félix 

Sunday, May 1, 2022

Mãe...

 


Mãe...

Se tu soubesses do meu cansaço

Se tu soubesses tudo o que passo...

Se tivesses conhecimento

De todo o meu humano sofrimento...

Se tivesses saber

De tudo o que me tende a acontecer...

Ai mãe... Mas depois caio na real

Porque tu... Tu és ser especial...

Tu que me conheces como ninguém

E sabes todo o acontecimento que me advém...

Tu doce mãe, que não sabes adormecer

Quando o teu filho vem a adoecer...

Tu que não sabes o que é descansar

Quando o teu filho sai sem hora de chegada relatar...

E enquanto ele não chegar

O teu coração pequeno vai ficar...

Ai mãe, meu doce e terno ser

Que bom seria nunca teres que eternamente adormecer...

E comigo pudesses ficar

Para sempre te confiar...

Cada momento

Cada acontecimento...

Tu mãe que és ser de amor

Tu ser de imensurável valor...

Mãe bela e formosa flor

Mãe sol e humano calor...

Mãe ser de colo terno e bondoso

Mãe, ser fraterno e sempre valoroso...

Mãe que vontade tenho de que fosses imortal

Porque morro por dentro só de pensar em tal...

Mãe... Doce ser

Que me fizeste o mundo conhecer...

Que me deste o leite para me alimentar

Mãe que vontade de um pacto efetuar...

E fazer cada hora prolongar

Cada dia não ver o fim a chegar...

E sempre contigo estar

E em ti e no teu abraço...

Recolher forças para vencer o cansaço

Mãe terna de coração...

Quanto amor te tenho sem exaustão

Mãe: poema sim fim...

Mãe: obrigado pelo teu sim

Para eu viver, para eu acontecer...

Para viver: para te conhecer

E poder amar...

E garantir

Que sempre estarei para seguir...

Cada passo e cada momento

Para o dia da mãe: ser eterno e não só um mero acontecimento...

João Paulo S. Félix