Thursday, May 5, 2022

Nos retalhos... O amor...

 


Nos retalhos... O amor...

Na viva vivida

Aquela da infernal corrida...

Em que somos pedaços de mundo

Num universo adverso e profundo...

Numa realidade de realidades

Em que se mesclam muitas verdades...

Temos pequenos pedaços

Que juntamos para por fim aos estilhaços...

Porque na vida somos fragmentos

E somos cola de ligação e cimentos...

Que solidificam sentimentos

Porque na vida: qual artista...

Pegamos e matamos a nossa índole derrotista

E nos vestimos de coragem...

Para remar até outra margem

Onde dos cacos humanos...

Façamos tesouros soberanos

E deixemos penetrar...

Na nossa vida: quem os queira concertar

Quem os deseje unir...

E para nós docemente venha a sorrir

E sejamos plena cumplicidade...

Que façamos fascínio

Do nosso terno desígnio...

Que consigamos fazer

Com que o choro se venha a deter...

A tristeza jamais venha a suceder

E o sol...

Seja algo bom: um farol

E o luar...

Seja nossa estrela de fascinar

E seja a lua nossa confidente...

E seja ela confessora da banal gente

E que sejamos artesãos...

Para cuidar com minúcia o que temos em mãos...

O coração

De quem veio dar razão...

Ao nosso viver

Então: que saibamos proteger...

Cuidar e preservar

Que saibamos os fragmentos unificar...

E juntos a plenitude visitar

E nela: nela eternamente ficar...

Para vivenciar

O ato de se ser amado e poder amar...

E poder criar tudo de um nada

E poder ter a nosso lado: a pessoa fadada...

Para ser companheira da humana jornada

Porque saibamos ser alfaiates com fervor...

A coser... nos nossos retalhos... O amor...

João Paulo S. Félix

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