Wednesday, December 29, 2021

Encontros dentro da alma...



Encontros dentro da alma...

Hoje ao fim da jornada

Do dia e da vida cansada...

Sou levado a me atirar

Para o leito e descansar...

E do nada

A cabeça danada...

Sem conseguir ter freio

Começa com continuo devaneio...

E segue a pensar

A pensar em algo de fascinar...

Uma realidade

Que em nada reflete crueldade...

Mas antes concede vitalidade

Um sentimento nada vil...

Mas que tende a roçar o estado senil

Por ser algo sem medida

Aquelas que medem a cevada da bebida...

Ou que medem as distâncias

Porque neste caso interessam as substâncias...

Dos atos e pensamentos

Que geram forças e alentos...

E são em nós fermentos

Que dão levedura a sentimentos...

Com ternuras

Que fazem acalmar as tonturas...

Que dão coragem

Para se remar para a outra margem...

Com fervor

Com amor...

Esse estádio de perfeição

Que é bom ao coração...

Que nos coloca numa outra dimensão

E nos faz sorrir...

Com o encanto da flor a abrir

Com a candura do abraço a se sentir...

Abraço que nos conforta e nos envolve

E que tudo desenvolve...

Em gestos como o beijar

O tocar e o acariciar...

Para o amor comprovar

Muito para além da mensagem que se vem a enviar...

Ou das juras de pensamento constante

Relativamente à pessoa fascinante...

Que nos coloca em êxtase contagiante

Um ser quase farmacológico...

Que faz tudo ter sentido: mesmo que seja ilógico

Que tudo faz ter sentido...

E nos convence ao amor que deve ser vivido

Neste mundo: onde esse ser tende a ser a nossa calma...

E onde somos um só: Nos encontros dentro da alma...

João Paulo S. Félix 

Tuesday, December 28, 2021

Pegadas...

 


Pegadas...

Na vida que vivemos

Aquela que por vezes não escolhemos...

Mas que vamos trilhando

Em caminhos nos quais vamos gemendo e chorando...

Na vida que nem sempre desejamos

Feita pelos rotineiros contratempos...

Em que poucos se podem arrogar

Do caminho perfeito trilhar...

Porque o percurso é sempre sinuoso

Medonho e monstruoso...

Um caminho com vielas e desfiladeiros

Onde desconhecemos os paradeiros derradeiros...

Mas ainda assim

Dissemos sim...

Respiramos

E calcorreamos...

Cada metro, cada palmo

Ora em passo acelerado ora em passo calmo...

Mas vamos evoluindo

Vamos progredindo...

E vamos saboreando

Cada acontecimento...

Cada brisa ou estrela do firmamento

Cada momento...

Cada aparecimento

Sim de pessoas a nosso par...

Que também ousam o caminho trilhar

E vamos deambulando...

E fazendo surgir um sentimento comum

Deixando tudo fluir, assim como flui na garrafa um pouco de rum...

E fazemos surgir cumplicidade

De todo e qualquer elemento que exclui a idade...

E vamos entroncando

E vivências vamos cruzando...

Assim como os olhares

Que são oxigénio para respirares...

Respirares e respirarmos

Neste frenesim que sublimamos...

E no qual... No qual nos apaixonamos

Por quem quis também trilhar...

O mesmo percurso por nós a realizar

Que quis a nossa alma beijar...

E o corpo de todo o mal curar

Que quis a mão dar...

Para firmeza no caminho se verificar

E para a plenitude se criar...

Para a eternidade se desejar

Num nós edificante...

Um nós apaixonante

Apaixonante de amar e ser pessoa amada

Neste percurso nosso... Neste percurso das nossas humanas pegadas...

João Paulo S. Félix

Thursday, December 23, 2021

Alma aberta...




Alma aberta...

Pus de parte a dificuldade

Em que estava mergulhado: um mar de adversidade...

Para voltar a encontrar

A inspiração para recitar...

Para escrever

E descrever...

As emoções

De um coração de sensações...

De sentimentos

De humanos pensamentos...

Coloquei de parte com custo para o meu ser

O que me andava a fazer anoitecer...

E num clima de mágoa me encontrava

Porque a poesia não pulsava...

Mas do nada

No fim de mais uma dura jornada...

Tento-me transcender

Para algo fazer nascer...

Nascer e me fazer, de novo, amanhecer

Para o ato doce de dissertar...

Sobre algo de fascinar

Ou então... Sobre o que se passa

No mundano espaço da populaça...

E assim volto a desatar o nó

No frio, nudo e só...

Para transformar as tormentas

Nas boas esperanças das palavras e das letras...

E como é bom sentir a regressar

E poder de novo escrevinhar...

E tentado me sentir

A deixar fluir...

E com fervor

Escrever sobre amor...

Esse sentimento redentor

Que é na noite de frio o calor...

Sentimento de plenitude

Que causa serenidade e quietude...

Sentimento que nos faz vestir com gestos

Os caminhos feitos nossos trajetos...

Caminhos valorosos

E que nos dotam das cumplicidades

Com amores sem idades...

Porque assim simples

Se pode com nada escrever sobre o todo das realidades

As realidades: os amores... O amor com paixão...

Que em nós arde e nos consome com sofreguidão

Para nos fazer eternidade...

Para nos fazer pontuar com luz de imortalidade

Um sentimento que nos desperta...

Amor, o sentimento da alma aberta...

João Paulo S. Félix