Saturday, November 19, 2022

A indecência da moralidade...



A indecência da moralidade...

Sei que não deveria dizer

Mas hoje estou possuído pelo prazer...

O prazer fruto da indecência

Sei que tal pode e é arrogância...

Mas estou cheio da indecência

Aquela sentida na humana carência...

Quando longe estamos

De quem no coração e pensamento cuidamos...

De quem para nós é especial

E nos faz sentir fora no normal...

Alguém que nos olha com os sentimentos

Os que compensam todos os tempos...

Em que não estamos juntos

Em que não falamos presencialmente dos assuntos...

E juntamente sentimos o que há de melhor

O amor...

Sim esse sentimento de elevado valor

O amor...

Esse bem estar de fervor

O amor...

Que da alma é condutor

Pelo amor que te tenho...

Em mim te entranho

E deixo fluir o que é mundano...

Mas possuidor de poder soberano

O poder te beijar...

Beijar, sentir e tocar

Poder de ti desfrutar...

E as estrelas poder contemplar

No celestial lugar para onde nos tendemos a projetar...

Na intensidade do que nos une

Do que nos torna fortaleza imune...

Porque mais de ti quero e desejo

Para acalmar todo este arterial cortejo...

Do sangue a arder e a ferver

De tanto te querer...

De tanto o meu corpo te querer ofertar

E fazeres dele santuário de fascinar...

Para que faça eu da tua carne divino manjar

Na intensa vontade de te amar...

Porque juntos meu amor

Somos antídoto para toda a dor...

Porque na nossa cumplicidade

De amor sem lugar ou idade...

Somos a caminhada

Para a felicidade almejada...

Porque juntos somos a verdade

De um sentimento que nos envolve e invade...

Porque juntos vivemos a realidade

Da indecência da moralidade...

João Paulo S. Félix 

Thursday, November 3, 2022

Em mim toda a tua memória...

 


Em mim toda a tua memória...

Procuro-te em mim para serenar

Procuro por ti para me acalmar...

Procuro em mim o teu cheiro

Que causa em mim um sereno braseiro...

Envolvo-me no abraçar

Para poder em ti pensar...

E sentir que és quem me está a tocar

E és quem tudo está a despoletar...

Novamente

Vivamente...

Algo eletrizante

Algo reconfortante...

Algo tão marcante

Algo como o teu olhar acutilante...

Que me sabe ler

Sem o livro na mão deter...

No interior

O que vai em mim e onde tudo tem valor...

No coração

Onde deixas saudade e devastação...

Porque me deixas de ti carente

Porque contigo, assumo, que sou ser mais contente...

Porque és quem com o teu beijar

Toda a ferida em mim vens a sarar...

Porque com o teu tocar

Tudo em mim tendes a transformar...

Para melhor

Com a segurança do amor...

Porque contigo sou o melhor eu

Porque contigo sou aquele que Deus prometeu...

Porque no que sinto por ti

Há toda a verdade: aquela na qual nunca te menti...

Porque no que há em mim

Há vontades sôfregas e sem fim...

De um nós sem ocaso

De um nós que não foi ao acaso...

Porque somos casal predestinado

Porque somos a fuga do pecado...

Porque somos o desejo edificado

Porque vasculho-te minha consolação...

Em mim até à minha exaustão

Porque não quero o final pontuar...

Porque enquanto em mim pedaço teu se perpetuar

O amor não irá acabar...

Porque enquanto houver lugares onde nos relembrar

Não haverá fim da chama que nos veio a unificar...

Porque enquanto houver pensamento de lucidez

Não há final de nós e seremos um do outro outra vez...

Porque enquanto houver em mim de ti e da nossa história

Haverá sempre em mim... Em mim toda a tua memória...

João Paulo S. Félix

Tuesday, November 1, 2022

A morte depois da vida...



A morte depois da vida...

Há arte maior na existência

Aquela que tem os encantos vitais da ciência...

Na arte do sentir

O que no coração se faz sobressair...

Um sentimento maior

De beleza, encanto e esplendor...

Um sentimento de felicidade

Um estádio sem idade...

Um sentimento de beleza especial

Que nos faz sentir aquele: o tal...

O tal predestinado

A ouvir doce e terno fado...

Com as notas tocadas com carícias

E gestos feitos sem malícias...

Há em cada luz

Sinal que ilumina e conduz...

Nas veredas certas dos amados

Amados e consagrados...

A vivenciar

Algo de fascinar...

O amor

Sentimento de fulgor...

Amor que tudo nos concede

E nos vem matar humana sede...

O amor dos languidos beijos

E dos infernais desejos...

Dos ardentes trilhos

Que nos metem em sarilhos...

Que bons são os sarilhos

Que convidam a delírios...

A suspiros e ofegantes suspiros

E a loucos gemidos...

Nas entregas memoriais

De dois seres mortais...

Ao que une

Ao que torna imune...

A toda e qualquer dor

Porque mesmo estando seja lá onde for...

O outro é candeia

Que nos alumia e incendeia...

Que nos faz ter a razão

De ter cárneo mas sentido coração...

Porque este é o sentimento que interessa

Porque tudo isto é algo que se peça...

Aos deuses divinos e celestiais

Porque tudo é dotado de pulsações fora das normais...

Porque tudo é adrenalina

Porque tudo é amor feito vitamina...

Porque este é sentimento que faz viver

E faz jamais querer adormecer...

Porque nada mais há que importe ou valha a pena

Porque tudo o resto é dureza da faena...

Porque tudo o resto é conteúdo sem bebida

Porque tudo o resto é morte: A morte depois da vida...

João Paulo S. Félix