Alvíssaras da
Primavera…
Dá a alvorada o imponente
Sol
Que com seus raios
leva ao hibernar do noctívago farol…
Entra a claridade de
modo manso e subtil
Neste mundano espaço
vertiginoso e senil…
Vens com calma e serenidade
Porque tu tens essa
qualidade…
De paz ofertar
Com o chilrear…
Do pássaro que a
felicidade quer trovar
Numa trova feita
natureza…
Em renascimento e
pureza
Uma natureza a
acordar…
E a de novo despontar
Na envolvente
humanidade…
Neste espaço de barbaridade
Dou passos e ouço o
pisar…
Do chão no qual vou
caminhar
E vou despertando o
sentido…
Para ouvir as águas e
o seu gemido
Feito por quem é
afluente…
De um rio maior
deveras influente
Vislumbro as flores a
bailar…
Com cada ósculo que o
suave vento as vem bafejar
E desse modo lhes
desejar…
A mais altiva fortuna
Na concretização
plena e una…
Da sua frágil mas exigente
existência
De serem dos campos
fragrância…
E fuga da citadina
ganância
Serem também festival
de luz, vida e cor…
E serem no mundo
sinal de esplendor
Sinto laivos do vento…
E envolver o meu ser,
cabelo e pensamento
E tal me leva a
sorrir de forma sincera…
Por tais elementos
serem as alvíssaras da Primavera…
João Paulo S. Félix