Saturday, February 27, 2021

Sufoco de frenesim...



Sufoco de frenesim...

O que é isto que me invade

Que me povoa e me faz sentir a liberdade...

O que é isto Deus meu

Que me faz ousar sentir ser Romeu...

Que sensações estas

Mais intensas do que as das festas...

O que é tudo isto

Que jamais antes tinha visto...

Visto e sentido

Com a alma do coração colorido...

Colorido e sorridente

Por algo tão doce e confidente...

Por algo de arrebatador

O estado de sentir amor...

O amor da cumplicidade

O amor da imortalidade...

Este sentimento de vigor

Que puxa pelo corpo com fervor...

Que faz transcender

Que faz gemer...

Gemer e suspirar

De modo quase de infernizar...

Devido às altivas temperaturas

Sentidas nas cumplicidades nuas...

Dos corpos na cópula do orgasmo

Que fazem cessar o marasmo...

E criar o compasso

Que faz acertar o passo...

Que faz com confiança e certeza

Sentir a doce pureza...

Que sentimento, que arrojo

Este de fazer abrir o estojo...

Onde estava cativo o cárdio elemento

E fazer com que se crie alento...

Que é para a alma alimento

Na nossa jornada...

No amor da alvorada

Que nos faz derrubar a trivial trovoada...

E criar a bonança

E o clima da boa esperança...

No nosso viver

No nosso querer...

No encontro dos olhares

Com as mãos para remares...

E remarmos afinados

Rumo a lugares sempre antes esperados...

Para viver o amor que une

Que nos sela e torna imune...

Que nos faz querer dizer sempre sim

E viver este sufoco de frenesim...

João Paulo S. Félix 

Monday, February 22, 2021

Dedilhar de uma guitarra...

 


Dedilhar de uma guitarra...

Dedilha-me a alma

Do mesmo modo que o sol nos emana a calma...

Dedilha-me o corpo com fulgor

De modo sôfrego e arrebatador...

Viola a minha privacidade

E irrompe com toda a vitalidade...

E suga de mim

Toda a seiva do meu jardim...

Engole-me e devora cada pedaço

E faz do meu corpo o teu doce amasso...

Dedilha-me e manipula

Sacia e satisfaz a tua gula...

E faz de mim tua relíquia de luxúria

E faz cessar em nós toda a vil lemúria...

Da impotente solidão

Vamos rasgar essa condição...

E de novo a ti me dirijo

Vamos viver o amor no esconderijo...

No silêncio do barulho das luzes

Onde me envolves e seduzes...

Onde somos a mescla mais perfeita

Onde somos safra da mesma colheita...

Onde somos um só

Condenados a um dia virar pó...

Mas até esse momento chegar

Vamos cada segundo desfrutar...

E à vida acorrentar

O nosso amor de libertar...

De libertar as entranhas

E todas as sensações estranhas...

De libertar o grito de sofreguidão

Onde nos entregamos à paixão...

Para entre ais e uis

Por entre o momento em que me possuis...

E nos momentos em que cativo

E me fazes também sentir vivo...

Por entre o desejo e a intensidade

Com que vivemos o amor sem idade...

Por entre cada lençol e azulejo

Me envolves em cada maquiavélico beijo...

Que nos leva ao pecado da santidade

De nos gravarmos para a imortalidade...

De um amor de castidade

De pureza e de verdade...

Com bases na confiança

Que nos confere plena segurança...

Porque somos amor que faz viver

Porque juntos não conhecemos o anoitecer...

Porque juntos somos amor com toda a garra

Porque juntos somos o perfeito... dedilhar de uma guitarra...

João Paulo S. Félix

Sunday, February 21, 2021

Ilha dos amores...

 


Ilha dos amores...

Ondas se agitam nos mares

A mostrarem ira e dotações dos seus ares...

Ares e do que são capazes

Assim como nas cartas o são os ases...

E neste turbilhão

De acontecimentos sem aparente ligação...

Surge singela conjugação

De sagração...

No mar dos marinheiros

Nos jogos, os apostadores certeiros...

E assim seguimos

E evoluímos...

No curso dos eventos

Que são isentos de contratempos...

E deixamos fluir

Emoções que nos vêm a seduzir...

Seduzir e envolver

Assim como o sol no amanhecer...

Assim como as ninfas de perfeição

São o recital da melodia da paixão...

Que convida ao amor

Esse ato de magno esplendor...

Esse sentimento sagrado

E ao Homem confiado...

Para ser vivido e vivenciado

Para ser querido e abraçado...

Para provocar êxtase e orgasmo

Para ser plena fuga ao marasmo...

E ser o rumo na bússola da vida

Em que nos prometemos ao amor sem ferida...

E tudo juntos ultrapassar

Com confiança a vigorar...

Com a segurança a nos acariciar

Para nos fadar...

Ao nós...

E ao desatar de nós

Que nos colocavam no esquecimento...

Que nos faziam sentir vil sofrimento

Porque juntos somos a poderosa nau...

Que derruba todo o obstáculo mau

Porque num olhar...

Tudo tendemos a revelar

E o outro eternamente desejar...

Para o amor: o amor e o pleno ato de amar

Com fulgor...

Com fervor e ardor...

Neste mundo nosso

Feito altivo colosso...

Neste lugar de aromas, cores e odores

Na nossa... na só nossa... Ilha dos amores...

João Paulo S. Félix

Saturday, February 20, 2021

Mantas...

 


Mantas...

Desce o véu na doce noite fria

Que convida ao parar de toda a correria...

E vem a paz e a bonança

Encher cada um de terna segurança...

Mesmo com a chuva que cai

E o vento que por aí vai...

Somos catapultados

Para casa exilados...

Mas nunca confinados

Porque não estamos cativos...

Porque estamos bem vivos

Mais que os notáveis livros...

Porque a mente corre solta

Sem amarras ou escolta...

E mesmo no recato

Há um ataque num nobre ato...

O pensar

No que nos faz sorrir e sonhar...

No que nos faz voar

Sem se poder vacilar...

Também o gesto simples de respirar

E poder inalar...

O aroma que se veio a deixar

No momento do carinho a saborear...

E poder mais algo almejar

O fechar dos olhos para vislumbrar...

O ato doce de beijar

O ato de poder acariciar...

Mais se segue deixando tudo fluir

E tudo deixar advir...

Ao pensamento

E ao coração do sentimento...

Lugar sagrado do máximo esplendor

Onde habita o sentimento de amor...

O sentimento de amor: o desejo de amar

Amar de modo sôfrego e sem parar...

Porque nunca sabemos a hora em que tudo se vai eclipsar...

Porque até ao Ómega das realidades

Desejamos as bênçãos e as imoralidades...

Para sermos eternas eternidades

Porque também se deseja o conforto

De sentir no peito o calmo porto...

Aquele porto que é abrigo e segurança

A segurança da plenitude da confiança...

Nas palavras e nas emoções

Nos atos e sensações...

Porque tudo surge por uma razão

Uma razão que nos afasta da solidão...

Uma razão entre muitas e entre tantas

Tudo deixando surgir estando envolto em mantas...

João Paulo S. Félix

Monday, February 15, 2021

Convite conorário...



Convite coronário...

No conforto dos silenciosos aposentos

Depois de acalmados os sois e os ventos...

Por entre sons da idade do mobiliário

E orações sinceras ao Deus do relicário...

Me penitencio para cumprir

Uma sentença que me veio punir...

A serenidade e a solidão

E trazer chama ao coração...

Chama e uma presença

Feita terna e doce crença...

Numa plenitude

Num amor de magna altitude...

Altitude e altivez

Que me envolveu de vez...

Ou me vem a envolver

E eu me deixei prender...

Neste enredo de luxúria

Que nos castra a penúria...

Da ausência de essência

E nos traz a reverência...

De um amor feito ciência

Dos humanos...

Aqueles seres mundanos

Que andam por todos os lugares...

Que almejam andar em pares

Em pares de perfeição...

Com medos entrelaçados na união

Feita amor de sublimação...

Que é sentimento de realidade maior

Que nos quita toda e qualquer dor...

Porque mesclados

E docemente emaranhados...

Em pensamentos e sentimentos

Em juras de amor e doces alentos...

Em verdades de realidade

Que nos une sem idade...

Em premissas de sagração

Do nosso amor à nossa paixão...

Feita doce e infernal sedução

Feita pensamento de pecado e perfeição...

Porque juntos somos causa maior de existência

Porque juntos somos motivo para a terrena sobrevivência...

Para mais... Um pouco mais...

Dos gestos, dos carinhos, das ternuras e dos ais...

Que fazem de nós seres imortais

No amor que nos ligou e afastou dos animais...

No nosso amor máximo corolário

De um convite... O convite coronário...

João Paulo S. Félix 

Sunday, February 14, 2021

Pudesse eu ser...

 


Pudesse eu ser...

Pudesse no meio do mundo

Este espaço longínquo e profundo...

Fazer algo de imortal

Algo deveras memorável...

E profundamente admirável

Pudesse realizar algo assinalável...

E fazer suceder

O florescer...

Em que eu fosse um dia

Um dia não só doce melodia...

Mas toda a tua sinfonia

E estar plenamente em sintonia...

Contigo de modo avassalador

Intenso e devorador...

Pudesse ser nem que fosse um segundo

Que o convertia em algo nada efémero ou imundo...

Pudesse ser o teu amanhecer

E ver o teu olhar o meu rosto reconhecer...

E começar cada dia com o ato de te beijar

E te dar as boas vindas à jornada a iniciar...

Pudesse ser as tuas tardes

E delas todas as partes...

Pudesse ser as noites

E realizar contigo as doces cortes...

Onde te cortejasse

Com arrepios te deixasse...

E tudo se principiasse

Os beijos de desejo...

A suavidade do curso do Tejo

A ternura da suavidade...

Sentir nos gestos da honestidade

Do amor que une...

Une e nos funde

Que nos torna cúmplices e não confunde...

Sentir o teu respirar...

A cheio de vertigem ficar

E com ele brados sentir o corpo a soltar...

Os brados e os prantos da falsa trivialidade

E nos confinar à entrega para a eternidade...

Pudesse com toda a crença

Ser sempre em ti presença...

Também na madrugada

Que liga dias à alvorada...

E ser para ti eterna morada

De felicidade e plenitude...

Ser em cada gesto, palavra e atitude

O teu refúgio e reduto de viver

Para tudo fazermos acontecer...

Ai meu amor... Pudesse tudo isto ser...

João Paulo S. Félix

Friday, February 12, 2021

Na suavidade da plenitude...



Na suavidade da plenitude...

Noite escura e de chuvosa natureza

A que lá fora acontece com rudeza...

A noite que se ouve e se sente

Com o inverno a dizer-se presente...

Em que vivemos recolhida condição

Em casa, na domus na nossa habitação...

Lugar de toda a realização

Espaço de altiva inspiração...

Lugar para descansar

E força retemperar...

Lugar para sorrir

E fazer tudo florir...

Lugar para a voz de ouvir

E o coração de felicidade explodir...

Lugar para voar...

Lugar para amar

Amar e sublimar...

O sentimento redentor

Do eterno e doce amor...

Sentimento de bonança

Que concede doçura e esperança...

Sentimento de bem estar

Que nos vem alentar...

Amor

Sim esplendor...

És tu sem vacilar

És tu que me faz alvorar...

E querer sempre despertar

Para nunca mais desertar...

Para jamais vacilar

De te querer...

Para te fazer viver

Porque se tal suceder...

Eu mesmo estarei a me fazer acontecer

Nas ternuras dos afetos...

Simples, sinceros e honestos

Porque na nossa cumplicidade...

Há sentimento e sede de imortalidade

De nos fazer perpetuar...

Até ao mundo findar

Até toda esta ordem se dissipar...

Até ao infinito

Irei fazer ecoar o meu grito...

De te desejar

De te amar...

De em ti pensar

De de ti não vacilar...

Porque és a minha felicidade...

És toda a minha majestade

Porque o nosso sentimento é de reverente atitude...

Porque é um amor... Na suavidade da plenitude...

João Paulo S: Félix