Tuesday, November 27, 2018

Ar...


Ar…
Respiro a bom respirar
Para os pulmonares elementos utilizar…
Respiro para viver
Viver e para te ter…
A ti que me oxigenas
A ti que me serenas…
Tu que és pacificação
Do meu coração…
Em ti penso sem cessar
Com a mesma certeza de sempre te amar…
Tu que és o meu sangue arterial
Tu que és ser especial…
De perfeita condição
De altiva exposição…
Tu que me olhas de modo intenso
Tu que lês o meu olhar: o que penso…
Tu que me conheces de modo ímpar
Tu que sabes sempre o que estou a necessitar…
Tu que és a energia motriz
Que faz o meu dia feliz…
Tu que és a razão
Do amanhecer não ser em vão…
Tu que és sorriso contagiante
E a vertigem do meu tempo meu calmante…
Tu que és os ponteiros
Que me indicam rumos certeiros…
Os teus lábios perdição
De sabor de sentimentos e emoção…
O teu abraço
Capaz de acalmar qualquer embaraço…
Tu que és viva afirmação
Do sentimento de amar…
Tu que és minha vida: tu que és o meu ar…

João Paulo S. Félix

Porque sinto que ele vai mudar...


Porque sinto que ele vai mudar…
Quanto sentimento
Corre em mim neste momento…
Ele deu-me flores
Flores causadoras de dores…
Ele deu-me flores no meu leito
Eu sei: eu sinto-o no meu peito…
Ele é amoroso
Não é assim rancoroso…
Um dia pior
E fez com que me desse cada flor…
Ela é fascinante
Um ser radiante…
Que me deu tremoços
Sim: sinto-os no meu dorso… nos meus ossos…
Ela é demais
Mas foi um dia de ais…
E levou a cada tremoço
Igual ao que levava do lente quando era moço…
Mas sei que sentem amor
Porque sei que é um sentimento de esplendor…
Por mais que me toquem
Por mais que me marquem…
Eu sinto bem
Que é grande o que sente…
Só está pobremente descontente
Com o que o envolve…
Com o que o engole
E o leva a se desfazer do fole…
Em casa: nos petizes
Em mim…
Tão longe daquele sorridente que disse sim
Mas sei que ele sempre me vai amar…
E ainda que ingenuamente vá esperar
Porque sinto que ele vai mudar…

João Paulo S. Félix 

Sunday, November 18, 2018

Amor feito eternidade...


Amor feito eternidade…
És tu meu amor
Encanto meu em meu redor…
És tu amor
Ser maior…
De cura à minha dor
E ao meu estado desolador…
És tu sem fim
Ninfa portadora de mim…
Tu que és eu
Tu Julieta do eu feito Romeu…
Tu que és a resposta
E muito mais do que mesa posta…
Tu que és a própria refeição
Para fazer face à sofreguidão…
Do desejo e da luxúria
Dos gemidos, do arranhar, da lamúria…
Feita orgasmo e entrega
Sentimento maior que nada segrega…
Tu que és redenção
E ser maior, minha perfeição…
Tu que és a altiva Vénus e Afrodite
Tu que és a autora do meu divino limite…
Tu és
O mundo a meus pés…
Tu és ás
Que de tudo és capaz…
Tu és exaltação
Do meu corpo, alma e coração…
Tu és a minha fera
E a ordem maior da atmosfera…
Tu és a senhora dos tempos
E a detentora dos meus sentimentos…
Tu és a minha infinita saciedade
Tu és o meu amor feito eternidade…~

João Paulo S. Félix

Monday, November 12, 2018

Leveza...


Leveza…
Que sentimentos este
Que nos encaminha em norte sul este e oeste…
Que sentimento
Que causa tanto alento…
Que nos move
Que nos comove…
Que nos faz agir
Que nos leva a sorrir…
Que nos faz sentir
A vida como dom…
E o amor como tom
Fulcral desta melodia…
Feita nossa luz do dia
Amor pleno…
Amor sereno
Que nos inspira…
A superar o ato que respira
E a sensação de mera consolação…
Mas ser firme razão
De viver…
Que fazer acontecer
A vitalidade num ser…
Que também nos leva a engrandecer
E a nossa cumplicidade faz acontecer…
Na mescla de corpos
Na intensidade dos beijos…
Da unidade dos abraços
Que nos unem e curam embaraços…
Amor
Altivo em valor…
Paixão
Eterna de coração…
Que és plena de realeza
Que és sentimento da mais fina nobreza…
Amor: sentimento feito certeza
Amor: sentimento de infinita leveza…

João Paulo S. Félix 

Vascularização do amor...

Vascularização do amor…
No silêncio do meu recanto
Longe de todo o som e espanto…
Dou por mim numa atividade
De poder sentir a vitalidade…
Da humana existência
Com o sentir da frequência…
Mergulho no meu interior
Para poder sentir ao pormenor…
O que essa frequência tem a dizer
O que ela permite revelar e fazer acontecer…
O porque de ela me fazer viver
O porque dela não me deixar desvanecer…
E nela sucumbo com intensidade
Com sôfrega necessidade…
Para perceber
O ser…
O meu desenvolver
E descubro a equação…
Que permite vislumbrar a solução
Para a minha vital inquietação…
Do porque de existir
E algo faz cuspir…
Cuspir e bombear
Como dínamo que tudo faz movimentar…
E alento me tende a regalar
Esse cárneo elemento que sangue faz circular…
E tem em si o gral do ato de amar
De amar e sentir amado…
De realizar e de se sentir realizado
O desejar e se sentir cortejado…
Pequeno corporal elemento
Causa de contentamento…
Causa também de não cessar
E de não vacilar…
De ser escravo do sentimento
Causa da cura de todo o sofrimento…
De querer mais de ti com esplendor
De não vacilar da vital: vascularização do amor…

João Paulo S. Félix

Saturday, November 10, 2018

Ciclo de vida...


Ciclo de vida…
Ei-las que mudam de cor
As folhagens das terras em meu redor…
Ei-las que se engalanam
Para se despedir e cobrir o chão…
Amarelo, vermelho, castanho
O que outrora era verde: ciclo estranho…
Avançamos os tempos
Sentimos os acontecimentos…
Que fazem o mundo avançar
Seguir, pular e avassalar…
Num amanhã as terras que me envolvem
Nuas ficarão: fruto dos ventos que as sacodem…
Para as fazer adormecer
Com o frio e o gelo que as farão enrijecer…
Agrestes temperaturas sentirem
E poucos calores as engolirem…
Para quando os dias maiores ficarem
E os doces pássaros anunciarem…
Mais graduação de temperatura
Que convidem as terras à aventura…
De tudo fazer brotar
E de com o humano aliado a trabalhar…
As varas de vime fazer encaminhar
Para os arames da destinação…
Para serem sina de nova produção
Ou então: árvores de porte robusto e de vigorosa condição…
Para com o grau que o Demo mandará
E a terra em meu redor: num inferno tudo tornará…
Para tudo fazer vingar
Vingar e amadurar…
Para assim se aprimorar
O produto e a colheita…
Que será manancial da humana ceita
Mas enquanto esse momento não voltar a ocorrer…
E o frio teimar em se fazer sentir
Sou convidado a refletir ...
Em toda a missão cumprida
Neste universal: Ciclo de vida…

João Paulo S. Félix

Friday, November 9, 2018

Tempo de amor...


Tempo de amor…
Passam os momentos do relógio
Que nos encaminham para o mais altivo colóquio…
Do nosso encontro apaixonado
Eterno, elevado…
Encontro pleno de significação
Encontro de sentimentos, de loucura, de paixão…
Um encontro que nos leve à perdição
Em qualquer ritmo ou compasso…
Em qualquer sítio ou espaço
E nesse espaço nos entregamos um ao outro sem demora
Com a vontade do tempo que devora…
Eu sou teu e tu és minha
E nudo o teu corpo no meu se aninha…
E em êxtase de gemidos e de dedadas
Nos entregamos aos prazeres de beijos, arrepios, dentadas…
De união cósmica dos nossos corpos de prazer
No ato que nos faz enlouquecer…
Que nos faz rejuvenescer
E ter certeza de jamais anoitecer…
A certeza de sermos a cumplicidade
Feita amor de eternidade…
Mais do que a cópula da saciedade
Mais do que o alívio da cárnea matéria…
Mas vivência de emoção intensa e séria
Emoção feita essência…
Vivida a cada momento com reverência
Emoção e confirmação…
De um estado feito prece de devoção
Ao infinito sentimento
Que é causa de contentamento…
Um sentimento repleto de esplendor
Criador do nosso momento: o nosso tempo de amor…

João Paulo S. Félix

Wednesday, November 7, 2018

Lei da eterna saudade...


Lei da eterna saudade…
Hoje neste dia
Recolho-me na triste nostalgia…
Hoje como há dezassete anos
Em cada dia dos 7 de novembro soberanos…
Recato-me na solidão
Da tua ausência e da mágoa de devassidão…
Hoje mais sentido
E a cada dia a sensação de ser perdido…
Sem ti e o teu amor minha avó
Sem ti: ata-se em mim um arrebatador nó…
Na garganta e no coração
Onde recordo cada nossa ocasião…
E tento tudo silenciar
Para lá longe ainda a tua voz escutar…
A me chamar
E com os olhos a apontar…
Para o saudoso e delicioso Viriato
Doce bolo tremendo ato…
De demonstração de amor maior
Por mim teu neto: ai quanta dor…
Sinto por não te ter ao pé de mim
Minha avó Iraci, flor de beleza ímpar do meu jardim…
Beleza no teu semblante
Que no teu sorriso era uma constante…
Nostalgia de sentir a tua mão
E os teus lábios em cada saudação…
De entrar na quinta na tua cozinha
E te ver sentada ali sozinha…
Sozinha mas acompanhada de sentimentos
Por mim, por nós: teus prolongamentos…
Corta este sentimento de ausência de ti e de grande asfixia
A cada dia que passa, em cada ano que do calendário se esguia…
Porque por mais que possa ler todo o compêndio da humanidade
 Jamais perceberei a tua partida cruel crueldade…
Porque não fui ensinado e vacinado para a realidade
Para viver a lei da eterna saudade…

João Paulo S. Félix

Tuesday, November 6, 2018

Inspiração...


Inspiração…
És tu toda a confirmação
Da existência de vida e de consolação…
És tu a prova real
Da existência de alguém fora do normal…
Alguém que completa
Alguém que despoleta…
A nossa felicidade
A nossa vitalidade…
Alguém que nos faz acordar
E pela existência nos fazer apaixonar…
És tu sem demora
O ser que desejo e me devora…
És tu ser feito razão
Para seres em mim corte de cabelo como Sansão…
Ser assim puramente
A fragilidade mas a força da minha mente…
Por seres quem me torna imune de ser carente
És tu quem me arrebata…
E todo e qualquer nó no meu ser a tua existência desata
És sempre o norte…
A minha epifania, a minha altiva sorte
És tu sem cessar…
Quem prometo sempre amar
Para te realizar…
Proteger mas também cortejar
Para o ato de mesclar…
Os nossos corpos nudos de fragilidade
Entregues às mundanas atuações livres de crueldade…
Entregas aos desejos e excitações
Que desviam compêndios ou atos plenos de explicações…
Porque o amor é um todo e um nada
Feito da razão académica ou da lei da humanidade sagrada…
Porque és tu amor minha sagração
Porque tu és… minha inspiração…

João Paulo S. Félix

Monday, November 5, 2018

Estado afrodisíaco...


Estado afrodisíaco…
Respiro com a calma
Que me relaxa o ser e a alma…
Transpiro a serenidade
Da vertigem da velocidade…
A que bate o coração
Ao sentir próximo a razão…
De amar
De sorrir e se apaixonar…
É frenético como tal ocorre
Um sentimento que o ser socorre…
E o remove
Da vil solidão…
Assim é o estado de eterna paixão
Que leva a sonhar…
E eternizar
Toda a cumplicidade…
Toda a casualidade
Ocorrida em cada momento…
Deste imenso sentimento
De ósculos arrebatadores…
De gemidos e suores
De arrepios e calores…
De preces e indecentes favores
Sentimento de êxtase…
Que é autor da humana catarse
Sentimento de enlace…
Sentimento de encalce
De infinito alcance…
Sentimento de loucuras
E de mostra de bravuras…
Em atos e palavras
Escritas, pensadas ou vociferadas…
De um sentimento intenso e fervoroso
Que serena ímpeto tenebroso…
E eleva ao pedestal paradisíaco
A vivência deste amor: em estado afrodisíaco…

João Paulo S. Félix