Ponto de Luz...

Ponto de Luz...

O que é a vida na realidade

Sim o que faz nela a real felicidade...

O que permite que jamais estejamos sós

O que faz com que haja um nós...

O que faz com que haja o verbo existir

E nos faça docemente sorrir...

Talvez a resposta esteja bem perto

Num lugar interior e certo..

Num lugar chamado coração

Onde se sente o amor: onde vive a paixão...

Onde lado a lado trilham caminho de sublimação

Onde são um do outro alento...

Onde são causa maior de contentamento

Porque são o sentir do sentimento

Que faz viver o deslumbramento...

Do belo, do doce, do envolvente

Do que nos faz ser mais gente...

Um sentimento que não deixa indiferente

Um sentimento que é plenitude...

Sim: Amor de superlativa altitude

Amor palavra pequena...

Amor sensação que serena

Que acalma...

Corpo, pensamento e alma

Amor...

Doce esplendor

Que vives sem hora ou lugar...

Que vens para lembrar

Que a vida é ímpar...

Que a vida é findável

Como tal viver o admirável...

Que é viver e sentir o amor

Esse magno estado de fervor...

Amor que és despertador

De forças ocultas e desconhecidas...

Que nos dás motivações desmedidadas

Para viver e te saber...

Saber fazer acontecer

Para seres sempre nosso amanhecer...

Porque tu: amor e amar

Que vindes para tudo iluminar...

Para serem um faro de brilho especial

Especial e colossal...

A indicar as veredas de caminhar

Com a cumplicidade que se vem a gerar...

Porque o que é a vida senão a fuga da morte

Desse estado de pouca sorte...

Porque é a vida é sobre o amor

Porque a vida é sobre viver com vigor...

Um sentimento que orquestra e tudo conduz

Porque amor... Amor é Ponto de luz...

João Paulo S. Félix 

Amor de felicidade...

Amor de felicidade...

As dúvidas que conta tomam

Dos meus dias que deformam...

E me levam a tempos infinitos

De pensamentos nada contritos...

Pensamentos esmagadores

E da mente redentores...

Pensamentos de vida e de morte

De azar ou de muita sorte...

Porque dou por mim a pensar

Num altivo ato de cogitar...

Sobre o que vale a pena

Sobre o que nos dá confiança plena...

Porque algo me tende a assaltar

Um raio mental de fascinar...

Que me diz: de que vale morrer?

Sim, se na realidade na vida não tendemos a amanhecer

Sim, se na vida mesmo vivida

Não a sabemos ter como sendo colorida...

Repleta de exuberância

Com algo de significância...

E como sendo desfrutada

E saboreada...

Mas antes vilipendiada

E furtada...

Como tal

Que se viva de forma especial...

Alucinante e fora do normal

Que se aproveite o minuto do segundo...

Com ato verdadeiramente profundo

Que se saiba agarrar...

O sinal que a vida vem a regalar

Um gesto, uma carícia, um olhar...

Que vem tudo despoletar

Que vem para algo convidar...

Para o ato de amar

Amar e ser amado...

Porque sem tal a vida é triste fado

E uma existência de embargo...

Estacionados no largo

Que se agarre o amor...

E todo o seu fulgor

Porque da vida levamos afetos...

Para a mortalidade dos restos

Porque para a memória se levarem retratos...

De beijos ternos e desejados

E ser autor de completude...

No amor de cumplicidade

Num sentimento de vitalidade...

No amor: No amor de felicidade...

João Paulo S. Félix

 

Vontades ocultas...

Vontades ocultas...

Quando me dispo ao final da jornada

Surge uma vontade quase sagrada...

A de pensar

Como se poderia desenrolar...

O momento

Aquele acontecimento...

De ter a roupa a cair

E o chão vir a cobrir...

Com uma mescla de cheiros masculinos e femininos

Com os aromas dos destinos...

Trilhados até ao acaso

Feliz feito caso...

Em que mais do que desejo sexual

Orbita no ar um clima sensacional...

De olhares que parecem laminas

A cortas as saudades e as distâncias...

Dos lábios de pecado

Que juntos cometem o triste fado...

Dos lânguidos e ofegantes

Ósculos viciantes...

Que levam à manipulação

À vontade de sedução...

Manifestada pela intensidade

Dos cabelos agarrados até à profundidade...

Das ânsias viscerais

Dos corpos nus especiais...

Que feitos pedaços de conquista

São caminhos para uma boa-vista...

Dos infernais caminhos do céu

Onde eu sou todo teu...

Onde os gemidos são chamas maiores

Das profundezas dos clamores...

Feitos sendo um único ser

Em que tudo fazemos acontecer...

Em que no meio dos mundanos artefactos

Nos oferecemos aos estados...

Que cumprem demandas

Comandadas...

Pela mente humana

Aquela que é soberana...

Mais há algo de maior valor

O sentimento do amor...

Aquele realizado por nós

Aquele que faz silenciar toda a voz...

Porque as palavras são em demasia

Quando o corpo comanda com arte e fantasia...

O querer mais, mais, mais e mais

Mais súplica e mais ais...

Realizadas na clareza das noites escuras

Aquelas que revelam: Vontades ocultas...

João Paulo S. Félix 

Contigo eu sou feliz...

 

Contigo eu sou feliz...

Da humana vida levamos

Os sentimentos com que nos locupletamos...

Aqueles que acumulamos

Aqueles que adensamos...

Em alma e coração

Em vivência e emoção...

Porque a vida é sobre a efemeridade das coisas

E sobre o aproveitamento de tempos e horas...

Aquelas que são ditosas

E deveras desejosas...

De um nós

Que faça desatar nós...

De um tu e eu

Em que sejas Julieta do teu Romeu...

Porque a vida é sobre a preocupação

Em saber do outro e da sua emoção...

É saber o que sente

Do que é crónico ou do que vem de repente...

Porque a vida é sobre concretizar

A noite feliz que se veio a realizar

Nos sonhos de perfeição...

Onde és Deusa da minha imensidão

Onde me tens a comungar da mesma crença...

Aquela que se torna imensa

Aquela que nos torna comuns...

Aquela também que rebate zunzuns

Porque somos realidade superlativa...

Porque és criatura viva

Que não me leva a desistir...

Porque é o teu existir

Que faz o meu ser evoluir...

Porque é o teu viver

Que me faz não querer morrer...

Porque te amo

Porque o teu nome chamo...

Seja aqui, na China ou Moscovo

Porque és a governante do meu povo...

Do meu povo: dos meus sentimentos

Porque és a lei decretada...

Porque és mulher por mim amada

Porque és quem a felicidade da nova aurora...

E a morte da solidão de outrora

Porque és a plenitude...

E a minha doce quietude

Porque a teu lado sei quem sou...

Porque o teu ser o meu coroou

Porque ao teu lado tudo mudou...

Porque jamais ligamos ao que se diz

Porque contigo: Contigo eu sou feliz...

João Paulo S. Félix

O amor é a salvação...

O amor é a salvação...

Quanto desta vida é furiosa adrenalina

Quanto desta vida é gasto de gasolina...

Nas vertiginosas corridas diárias

Para a tentativa de façanhas lendárias...

Quanto do nosso viver

É ato de enlouquecer...

Por querer um pouco mais de uma migalha

Por querermos um pouco do calor da fornalha...

Que vontade de romper a mundana convenção

E elevar no mundo a realidade a determinado padrão...

Em que haja algo de superlativo

Que torne todo e qualquer dito em algo relativo...

Em que possamos inalar

Odores de inspirar...

Em que possamos os pulmões purificar

Com algo de bom e de fascinar...

Que possa haver a inalação

De boa e doce emoção...

Que possamos criar memória de marcação

De momento feliz ao coração...

Com alguém

Que nos faz bem...

Com um ser

Que nos faz viver...

Que faz querer amanhecer

Que faz querer conhecer...

A realidade do oculto

E destapar todo e qualquer vulto...

Do desconhecido futuro

Futuro que procuro...

Contigo

Ser maior e meu cais de abrigo...

A teu lado

Para juntos ouvir e dedilhar doce fado...

De amar e ser amado

Para que possamos querer sempre mais...

De momentos nossos, de acontecimentos reais

De acontecimentos e sentimentos...

Que respondem a silêncios

E são luzes...

Que acendes e conduzes

Tu: ser que me seduzes...

Nos esquemas de sedução

Mais belos de devoção...

Porque sei com verdade

Que te amo com seriedade...

Porque contigo venho a descobrir

O que faz bem e faz sorrir...

Contigo descobri a solução

De que o amor é a salvação...

João Paulo S. Félix 

Destinados à perfeição...

Destinados à perfeição...

Ao final de mais este dia

Onde quem marcou foi a infernal correria...

Dou por mim no silêncio

E nele me prenuncio...

Despindo as roupas e escancarando o coração

Sim deixando que ele fale com razão...

Que dite a sua lei

Que fale sobre a grei...

Que dite brocados e expressões

E ligue a emoções...

Que mexem e dão alento

Que dão vida e contentamento...

E do nada surge uma nomenclatura

O teu nome em sagrada escritura...

E tudo ganha outra alma

E tudo de vim vai... até a calma...

Porque penso em nós

E como juntos jamais ficamos sós...

De como tu e eu

Podemos ser Julieta e Romeu...

Que podemos

Ser humanos fermentos...

Nos pequenos gestos

Falados em prosas ou versos...

Poder divagar

Sobre o beijo que nos veio a ligar...

Do abraço

Que cura todo o vil cansaço...

E de toda a lembrança

Que dá força e segurança...

Para vencer cada desafio

Para até serenar o mar bravio...

Porque contigo sou capaz

De tudo vencer e deixar para traz...

Porque é sabendo que te amo

Que me exalto proclamo...

Como ser imortal

Como alguém elevadamente especial...

Por ter de ti a capacidade

De engolir e vencer toda a adversidade...

Porque é com amor

Que tudo tem mais sabor...

Porque é no amor

Que tudo tem sabor...

Porque te tenho em mim

Flor cândida do meu terno jardim...

Porque juntos somos mais

E vencedores de todos os ais...

Porque juntos somos melhor versão

E somos destinados: Destinados à perfeição...

João Paulo S. Félix 

Olhares de pecado...

Olhares de pecado...

Quando me olhas com esse olhar

Tudo em mim se tende a despoletar...

Toda a calma desiste de existir

E deixa tudo livre para o que está para vir...

Quando me olhas com ar de desejo

Sinto-me a inflamar de ensejo...

Quando dessa maneira tendes a olhar

Sinto que perdido tendo a ficar...

E sem norte

Abençoada pouca sorte...

Vem e faz de mim o que quiseres

Sim: dá palco aos nossos viveres...

Porque quando a ti me entrego

A mim me nego...

Sem saber onde estou

Sem saber como tudo começou...

Sinto que já não sou de mim

Sinto que me perdi num alucinante jardim...

Um espaço imenso e sem fim

Em ti: em nós...

Onde só reina o silêncio e a vontade atroz

Que desata todos os nós...

Onde a vertigem do canibalismo

Passa a ser conduzida pelo cinismo...

De querermos mais para além do puritanismo

De querer o suor a escorrer...

De querer o gemido fazer acontecer

De querer subir a estratosféricas dimensões...

De querer unir num, os nossos corações

De querer que sejam infinitas as nossas emoções...

De deixar-me inundar de ti estando perdido

Perdido nos teus caprichos que fazem de mim mendigo...

A querer suplicar a esmola da tua vontade

Aquela que me dás com olhares de maldade...

A maldade do escárnio consumado

Consumado e averbado...

Daquele que faz fluidos correr

E os nossos corpos estremecer...

Das tremuras da intensidade

Com que nos demos de verdade...

Ao sentimento do amor

Amor estado sempre maior...

Que nos une

E nos causa criatura imune...

Ao mal do mundo

Porque somos criação: ser profundo...

Capaz de tudo aniquilar

E de tudo superar...

Com o sentimento de amar e ser amado

Tudo gerado pelos... Olhares de pecado...

João Paulo S. Félix 

Sentimento a imortalizar...

Sentimento a imortalizar…

Que odisseia esta de viver

Neste mundo onde tudo tende a acontecer…

Onde o barulho é melodia e o dinheiro é rei

Onde tudo se permite e tudo cria lei…

Num mundo com tanta vertigem

Onde nada se pensa desde a origem…

Há algo maior

Um sentimento libertador…

Que dá vida e cor

O sentimento de amor…

Um sentimento antítese de toda a realidade

Deste mundo vivente de banalidade…

Neste mundo de insegurança

O amor é a boa esperança…

Neste mundo de guerra e dor

O amor é sentimento libertador…

Libertador e acolhedor

Neste espaço onde tudo acontece…

O amor é sentimento que na vida amanhece

É a alma que rejuvenesce…

É o beijo que se sente

É o alento da mortal gente…

Onde a cumplicidade

É realidade sem idade…

Onde a entrega e a perdição

São prazeres de exacerbação…

Onde o gemido e o abraço

São vitória do vil cansaço…

Onde o amor é fórmula de fascinar

Onde o amor: é sentimento a imortalizar…

João Paulo S. Félix 

Dia dos encalhados...

Dia dos encalhados...

Hoje dia nos namorados

Aqueles que amam e são amados...

Hoje é dia de celebrar quem encalha

Sim, quem completamente de espalha...

E é traído pelo coração

Que não suporta a solidão...

Coração este que se porta

De o estar a sós não suporta...

Que sentimento este especial

E deveras sensacional...

Hoje é dia de quem vem a encalhar

Sim, de quem vem a ancorar...

De quem tende a aportar

E que bom é encalhar...

Encalhar e ficar num cais

Onde se venha a viver mais...

Mais da vida e da existência

Com doce e terna essência...

Que bom é esse lugar

O qual jamais se vai querer abandonar

Um lugar, um domínio...

Feito divinal desígnio

Um lugar onde toda a dor se vai...

E onde bom se fica quando se cai

Porque o amor é sentimento curador...

Curador e inspirador Que eleva e faz suspirar...

Pelo momento do toque, o ato de beijar

Pelo momento de alguém para nos abraçar...

E tudo: tudo bem ficar

Porque no dia de o amor se celebrar...

No dia da celebração exacerbada

Que se diga de forma inflamada...

Que se vive na condição à muito desejada

Aquela da plenitude almejada...

Na condição dos seres consagradados

Felizes e predestinados

Seres pelos deuses fadados...

A rumos fascinantes

A percursos vivificantes...

Porque a dois tudo se funda numa nova era

Porque tudo isto se celebra...

Porque no dia dos namorados

Se celebra também...O Dia dos encalhados...

João Paulo S. Félix

 

Razão de eloquência...

Razão de eloquência...

Queria poder falar

Sobre algo de inquietar...

Algo que priva do sono

E conduz a altivo trono...

Algo que é deveras especial

Algo sublime e sensacional...

Um estádio

Resultante de um gládio...

No qual lutam o tédio e a solidão

Contra a bonança e a paz do coração...

Uma luta helénica

Com adrenalina e muito frenética...

Porque é a fuga ao fugaz

E dar um passo firme e capaz...

Para conquistar o paraíso na humana existência

Em que se vivem sentimentos sem prudência...

Porque o que nos invade

É arrebatador de verdade...

Porque o que nos inunda

É o que tudo funda...

Funda e faz surgir

No mundo para algo emergir...

O sentimento mais exacerbador

O sentimento do belo: o sentimento do amor...

Que feliz sentir esse contentamento

Que não se contenta sentindo o vento...

Porque amor é o sentimento do alento

Para viver sem arrependimento...

Porque amor não é o tempo do relógio cronometrado

Porque amor não se mede com banal instrumento comprado...

Mas sim pelo sentimento sublimado

Que nos faz coragem obter...

Para o mundo todo querer

Debater e questionar...

Para uma posição firme vincar

A posição de que se quer sempre amar...

Amar e ser amado

Encontrar e ser encontrado...

Para completar: completar e ser completado

Porque amor é o encaixe da imperfeição...

De seres em busca de vital razão

Para não desistir de viver nesta mundial nação...

Mas encontrar a vontade para viver

A vontade para um novo amanhecer...

Na incerteza do amanhã que pode não chegar

Mas no qual se quer muito mergulhar...

E nele fazer com que se viva algo de maravilhar

O amor, o belo e a perfeição...

Do ósculo, do abraço da penetração

Que dá vital sagração...

E especial consagração

Para que sejamos amor sempre em efervescência

Para que sejamos: Razão de eloquência...

João Paulo S. Félix 

Vestidos de saudades...

Vestidos de saudades...

Veste-me a vontade do teu ser

Sim, de ti, tu que me fazes viver...

Vontade de te beijar

E a imoralidade de te tragar...

Tragar, comer, desejar

Fazer o teu suspiro surgir...

Fazer com que ele se faça ouvir

Nas entranhas da nossa essência...

Aquela que nos conduz à indecência

De querer pelo chão derrubar...

Cada trapo que venhamos a portar

Até nudos ficarmos...

E ao corpóreo capricho nos entregarmos

És a vontade feita chama...

Que para o amor me chama

E que me inflama...

Faz arder

Faz adoecer...

Ficar febril

E querer mais que a noite mil...

Querer de nós a imortalidade

E querer fazer subir-te à sacralidade...

Das súplicas feitas aos Divinos

Quando nossos corpos fundimos...

Quando nos penetramos

Quando no outro ficamos...

Quando do outro nos alimentamos

Em corpo e alma...

Quando na sexualidade se encontra a calma

Vinda do orgasmo feito luxúria...

Orgasmo pleno de harmonia

Que nos faz jurar...

Ser do outro até o mundo acabar

Que sejamos

Sempre o amor que desejamos

Que nos amemos...

E que na dificuldade oremos

As recitas celestiais

Para sermos sempre unos e especiais...

Para no amor sermos imortais

Para sermos o infinito...

Para sermos todo o sentimento dito

Dito e acariciado...

E candidamente observado

Porque és quem me alimenta...

Quem o meu coração fermenta

Porque és quem me veste na realidade...

Dos afetos e da verdade

Porque no amor das realidades

Somos vestidos de saudades...

João Paulo S. Félix 

Se sem ti não sei viver...

Se sem ti não sei viver...

É longa a caminhada

É dura e feita de suor e lágrima chorada...

É altiva e desafiante

A estrada feita como ser errante...

Errante

Porque a vida é expectante...

Porque a vida é sobre dados lançados

E sobre os seus pontos contados...

Porque a vida é sobre o coração

Onde sentimos amores e paixão...

Porque a vida é sobre a solidão

Que queremos fazer desaparecer...

Para não ser fantasma a fazer doer

Porque são frias as noites sem a tua voz...

Porque são gélidos os cafés a sós

Porque de que me servem as mantas e os trapos...

Os cachecóis e os casacos

Se mesmo com eles sinto os dias gelados...

De que me servem os lábios se não forem beijados

Sinto a falta do colo e do doce olhar...

Sinto falta de te amar

Porque a vida é algo que faz doer...

Porque a vida é não saber

Saber se se vai amanhecer...

Porque do nada passamos a pó e cinzas

Porque num sopro passamos a ser passado e lendas...

Porque não quero a tal chegar

Sem te dizer que te quero amar...

Que te quero realizar

Que te quero completar...

Porque o que me vale existir

Sem ti, para o trilho descobrir...

Que me vale aniversários fazer

Se sempre a sós estarei a adormecer...

De que me vale saber

Que um dia vou morrer...

Sem te poder dizer

Obrigado pelo teu ser...

Que me dá alento e coragem

Para remar até à outra margem...

De que vale saber que há valias

Sem ter as melhores regalias...

As que dão alegrias

As que vêm no amor...

Esse sentimento de esplendor

De que vale poder falar...

Sem saber viver o verbo amar

Porque te amo, sim, eu sei...

Mas de que vale, se sem ti: eu gelei

Porque de que me vale ser um ser...

Se sem ti não sei viver...

João Paulo S. Félix 

Tatuagem dos afetos...

 

Tatuagem dos afetos...

Como foste tu capaz

De vir com a tua paz...

De forma suave e delicada

Visitar a minha vida aniquilada...

Pela dor, pela tristeza, pela solidão

Onde o negro e a neblina: fazem a cor da estação...

Como vieste tu feiticeira

Acalmar a revolta que causa canseira...

Canseira e exaustão

Como vieste tu ao meu coração...

Tatuar nele a tua assinatura

Com candura e doçura...

Ser sorriso de pureza

Ser ansiolítico para a dureza...

Como consegues fazer a tua magia

De ser luz nas trevas do meu dia...

Como és capaz de vir salgar

Um rosto insosso de lágrima a deslizar...

És a intriga mais fascinante

O ser verdadeiramente marcante...

És a ordem no meu caos

És a melodia do silêncio dos rádios...

És os passos para seguir

És a criatura que me tende a seduzir...

Para o amor

Amor que dizes ser sentimento de valor...

Sentimento que se quer

Aquele que une homem e mulher...

O sentimento que é a pedra de toque

E impede que o ser se enforque...

Nas dores do mundo

Onde o sofrimento é profundo...

Porque és a salvadora da minha existência

És o ser que com a tua essência...

Fazes do sentimento mais do que ciência

E colocas tudo em evidência...

Tu que todos os esforços tendes a envidar

Para me acalmar e docemente me amar...

Obrigado ao destino

Por te ter colocado no meu caminho...

Obrigado por existires

Obrigado por insistires...

Em ser presença na diurna jornada

E o sonho na noite acabada...

Por ser emoção gravada

A tinta dourada e sublimada...

Por seres autora da obra sensacional

Da minha salvação da perdição infernal...

Obrigado por gravares em mim com os teus gestos

Obrigado por gravares em mim... A tatuagem dos afetos...

João Paulo S. Félix

Sentimento imensurável...

Sentimento imensurável

Esventra-me os pensamentos

Assalta-me os sonhos e os contentamentos...

Penetra na minha calma

Fode a minha paz e a minha alma...

Devassa-me na totalidade

E faz valer a tua altiva qualidade...

Vem ser alento

Vem ser sal e fermento...

Vem ser o meu forte

Ser toda a minha boa sorte...

Vem ser o meu colo, quando vacilar

Vem para mim sempre que eu chorar...

Vem amor

Por favor...

Imploro-te como um mendigo

Sinto bem aquilo que digo...

Não me desampares

Por isso fica, fica nas tuas liberdades...

De me fazeres o que quiseres

E preencheres as carências e as luxúrias das mulheres...

Fica de mão estendida

Porque sem ela sou criatura perdida...

Fica comigo nesta noite e no amanhecer

Fica e ajuda-me a viver...

Não te pediria se não fosse importante

Querer não partir de rompante...

E querer nos teus olhos ver acendalhas

E chamas acesas em fornalhas...

Para aquecer a minha gélida carne humana

Aquela que é tua: Deusa soberana...

Sim: confesso que me tens

Come-me: como o homens os seus pães...

Que eu seja o teu suculento manjar

Mas, suplico que não venhas a parar...

A parar de me amar

Porque te amo...

Porque o teu nome eu chamo

Para ser meu consolo na provação...

Para ser amparo ao meu ferido coração

Porque és para mim toda a dimensão...

De um sentimento sem medida

Porque seu teu: sou teu minha vida...

Porque sem ti não sei andar

Porque sem ti não sei respirar...

Porque sem ti não adianta pensar

Porque sem ti: mais vale me precipitar...

Porque te amo minha doce tentação

Porque só tu és a minha salvação...

Porque sem ti a vida é cruz insuportável

Porque te amo: num sentimento imensurável...

João Paulo S. Félix