Friday, March 12, 2021

Dialetos mudos...

 


Dialetos mudos...

Quando entra em mim a calma e a solidão

Depois de um dia de infernal confusão...

Naquele momento de serenidade

Naquela ocasião de simplicidade...

Onde afasto as amarguras

E da vida as suas agruras...

Num momento em que aparto

As palavras de grande aparato...

E me fico pelas de fácil compreensão

Aquelas que são lidas pelo coração...

Deixo pulsar

Deixo exteriorizar...

Sem nunca perder a razão

Sem admitir perder a questão...

E as suas respostas

Sempre bem postas...

E que são mote

Para abrir o malote...

Das emoções

Dos sentimentos e ilusões...

Dos acontecimentos

Que fazem dias de alentos...

Dias de felicidade

Dias de doce realidade...

E ao pensar

Nesse ato que nos veio Deus confiar...

Sou levado a soltar o sorriso

Porque relembro que tu és tudo o que preciso...

Porque relembro

Que de ti careço de janeiro a dezembro...

E maquinalmente pela casa deambulo

E na parede me encosto a pensar no consolo...

Que me dás

Que me traz paz...

E nesse ato olho para a estante

E vejo nas lombadas dos livros a nossa vida fascinante...

E vejo que são manuais de bem estar

O nosso bem querer e bem amar...

Vejo livros e dicionários

Que traduzem vocabulários...

E que são preciosas relíquias

Para quem quiser de novo chegar às Índias...

Vejo os livros e vejo os ensinamentos

Que aprendemos na cumplicidade dos momentos...

Nos beijos trocados

Nos abraços sufocados...

Na entrega esperada

No amor que para nós é corolário da humana jornada...

Porque somos vestidos de nós em corpos nudos

Porque somos amor de perfeição: somos juntos amor de dialetos mudos...

João Paulo S. Félix

No comments: