Sunday, March 7, 2021

Confissões aquáticas...



Confissões aquáticas...

Fui junto do rio que vai ter ao mar

Fui ter com ele para lhe confessar...

Confessar e com ele me abrir

E para ele também docemente sorrir...

Fique a fita-lo

Fiquei a sublima-lo...

Fiquei também com ciúme raivoso

Pela sua liberdade de curso vertiginoso...

Sem rotinas nem horários

Simplesmente livre e com desígnios arbitrários...

Fui ao rio que vai ter ao mar

Sim e muito lhe fui contar...

Fui do meu ser falar

Do que me sucede e faz falhar...

Do que me acontece e faz a lágrima pulsar

Fui também junto dele desabafar...

Ainda mais do que me faz amar

Do que me faz sorrir e querer acordar...

Neste mundo sem bonança

Mas junto dele vi a esperança...

Num lançar de pedras por uma criança

E esse momento deu-me alento...

De ser em mim fermento

Porque bebi nesse momento...

Para mim doce encantamento

Para não e nunca vacilar...

Para ser como ela e sempre tentar

Tentar fazer a joga mais longe chegar...

E essa joga ser cada nosso sonho e objetivo

Que nos faz sentir ser vivo...

Junto do rio que vai para o mar

Muito nele fui sussurrar...

Do quando amor tenho para dar

Do quanto de mim é sentimento para regalar...

A quem me toca e enche de vitalidade

A quem é a plena felicidade...

Senti que ele me escutava

E com ele cada palavra levava...

Para o seu curso imponente

Pelo seu trilho irreverente...

Porque o rio que vai para o mar

Leva de todos o olhar...

O olhar e cada pensamento a saltitar

Porque ele nos vem as energias carregar...

E nos vem encorajar

Porque o rio que vai para o mar...

Quer que sejamos amados e possamos amar

Sorrir e confiar...

Porque tudo isto são conversas ricas

Porque isto são: confissões aquáticas...

João Paulo S. Félix 

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