Saturday, July 2, 2022

Quando somos do amor o maior ensejo...



Quando somos do amor, o maior ensejo

Quando dedilho para escrever

Sobre as emoções que me fazem viver...

Quando deixo a lágrima soltar

E ela humano me tornar...

Dou por mim a engolir

Todo o mundo que tende a existir...

Dou por mim num exercício transcendental

De querer ousar ser imortal...

Quando dou por mim a escrever

Mil e uma coisas podem acontecer...

Quando dou por mim a escrever

Sinto vontade de correr...

Sair, bater a porta e os fantasmas afugentar

Quando dou por mim...

A sobrevoar um jardim

A sentir o belo e a natureza...

A sentir plenitude e leveza

Quando dou por mim a sentir a calma...

Que é terna e que embala

Quando dou por mim a chamar...

O teu nome para o ato de amar

E o coração: o coração solta a disparar...

E a adrenalina tende a exacerbar

Quando por ti venho a clamar...

Para te dizer que te quero beijar

Mil e uma imoralidades tendo a pensar...

Que quero contigo realizar

Para dar corpo e lugar...

À cumplicidade que nos veio a mesclar

Quando em ti penso...

Desejo-nos envoltos em incenso

Nesse aroma e fumo que santifica...

Os nossos seres e nos dá veste satânica

Para o gemido nada comprimido...

Para o suor fruto do calor...

Do calor do nosso amor

Quando te quero mais do que a mim...

Sim

Quando és tudo para o meu ser...

Quando és a razão de tudo acontecer

Quando és o fragmento da minha perfeição...

Quando és o meu pedaço de sublimação

Quando dois fazemos um só...

Que tudo destrói e torna em pó

Toda a cólera, ira e maledicência...

Quando és tu a minha essência

Quando és tu solução...

Para o encontro da humana coroação

Quando por ti chamo, quando te amo e te desejo...

Quando somos do amor o maior ensejo

João Paulo S. Félix 

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