Tuesday, October 24, 2017

Douro de eternidade...


Douro de eternidade…
Amanhece em ti um novo dia
Em ti lugar de cada colina esguia…
Amanhece em ti meu Douro
Lugar mágico infinito tesouro…
Douro onde os teus socalcos aos Céus erguidos
São como os formosos femininos seios despidos…
Douro onde são em ti trabalhados
Os terrenos dos nossos antepassados…
Douro que és violado
E a ti é sempre retirado…
O teu maior segredo
Causa do humano degredo…
Douro que a ti é subtraído
O teu néctar para ser bebido…
Que é raptado das videiras
Cultivadas e cuidadas…
Anos e semanas inteiras
Para delas se furtar…
Os cachos de uvas que se vão triturar
Triturar e esmagar…
Ao ponto de cada bago fazer chorar
Para o doce e esperado líquido verter e derramar…
Liquido que depois vai a repousar
Para nos copos se vir a tornar…
Ocasião de prazer: momento para festejar
Douro que és nosso e imortal…
Douro onde os antigos te fizeram memorial
E espaço sagrado da cultura do vinho e do espanto…
Em cada quinta, em cada curva ou recanto
Douro lugar de culto e tradição…
Que dos teus visitantes és perdição
Oportunidade de exaltação…
Em cada trilho por eles realizado
Em ti: terreno santo e sublimado…
Por história, pelos rebelos e pela Ferreirinha
Que em ti fez do Marquês rei e a sagrou rainha…
Em ti Douro único e mundo fora de banalidade
Tu que és Douro: um Douro de eternidade…

João Paulo S. Félix

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