Tuesday, March 27, 2012

Na tua névoa... Na névoa de ti...


Na tua névoa… Na névoa de ti…
Depois de uma noite dedicada ao amor
Depois de momentos electrizantes dados um ao outro com esplendor
De mãos interlaçadas me dizes ao ouvido
Algo que me eleva todo e qualquer sentido
Me dizes para um duche irmos tomar
Porque depois… te terás de ausentar
E eu aceito, aceito e avançamos juntos para o acto
O acto da nossa cumplicidade, da nossa pureza, da nossa unidade
O banho: manancial de calor e de humidade
Humidade que nos molha e que nos lava
Que nos lava e nos desperta
Até que algo acontece… algo o teu ser me reserva
A tua saída da banheira onde estávamos
E onde unidos, a água saboreamos
Vejo-te sair no meio do vapor que existia no compartimento
Vapor esse que fez aumentar a minha vontade e todo o meu sentimento
Sentimento por ti, amor por ti
Tento fechar os olhos para ainda aqui te ter
Para ainda poder sentir: o que entre nós neste lugar veio a acontecer
Os beijos por nós trocados
O amor por nós praticado e que exacerbamos
Da água e do sabão que existia no nosso meio
Lembro cada passo, cada momento, o contorno do teu rosto, o toque do teu seio
Das tuas mãos que me envolviam
Dos teus lábios que me consumiam
Deixo correr o fluido transparente
Para poder ainda ter na minha mente
Cada momento vivido
As linhas do teu corpo, as tuas feições
Aquelas que um dia me colocaram interrogações
Mas também certezas e convicções
De seres tu: de te querer… de jamais te querer perder
Eurídice de perfeição e de beleza não mais a esquecer
Tu, criatura humana feita ninfa e divina tentação
Para seres sempre a minha tentação, para me coroares sempre no Universo da nossa paixão…
João Paulo S. Félix

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