Tuesday, June 20, 2023

Com fome de imortalidade...



Com fome de imortalidade...

Respiro fundo e sinto o silêncio que vaga

E com naturalidade o meu pensamento propaga...

De forma desordenada

De maneira desconcertada...

Todo o complexo nada concreto

Do que vai em mim de modo incerto...

E começo a desnovelar

E a tentar ordenar...

O que tendia a estar balcanizado

E tento colocar em estado organizado...

Mas é completa perda do tempo humano

Porque há valor altivo e soberano...

Que se encontra em tudo e ao comando

Um sentimento que vai lubrificando...

O corpo, as vontades, os desejos e a mente

Um sentimento vivificante e resplandecente...

Um sentimento redentor

O amor...

Sim o amor sentido e sincero

Mas palavras que quero...

Colocar ao exterior

E com elas poder compor...

A doce narrativa do que sinto

E dizer que não minto...

Quando digo que de ti sinto saudade

Quando digo que é humana crueldade...

A distância que nos afasta

Que é tão rude e tão nefasta...

Que impede a luxúria do corporal

Que leva a algo transcendental...

O fervilhar das vontades

Da realização das impuras maldades...

Que fazem arrepiar

Gemer, tremer, e não querer parar...

De mais, de tanto mais

Da libertação dos húmidos ais...

Inflamados e exacerbados

Nos nossos corpos encaixados...

No ato realizado como seres amados

Como seres que se amam de verdade...

Num sentimento: Com fome de imortalidade...

João Paulo S. Félix 

 

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