Wednesday, December 14, 2022

Sacramento das imoralidades...

 


Sacramento das imoralidades...

Ordeno que te dispas

Sim, estou a mandar, não insistas...

Em não cumprir a minha demanda

Sim sou eu quem manda...

Sim esta é a minha real natureza

Com aspereza e dureza...

Sim deixa que seja ordinário

E que cumpra as vontades do nosso corolário...

Sim despe-te toda e fica nua

E vamos cumprir o desejo de forma crua...

Anda: fode-me até às entranhas do prazer

Sim até aos líquidos do orgasmo fazer escorrer...

Nos delírios e nos gemidos

Que atascamos e ficam comprimidos...

Na rotineira veste que trazemos

Sim vem sua devassa...

Porque é tua a minha alma e a corpórea massa...

Porque sei que também é a tua vontade

De trazer a lume essa realidade...

Sim porque sei que também é o teu querer

Que te faça sentir verdadeiramente mulher...

Porque sei que queres que te penetre até à alma

E fazer do nós chama ardente que tudo acalma...

Vem sem cessar

O tempo tende a não parar...

Mas não me aches vil animal

Porque não sou só visceral...

Porque sou doce e de afetos

E de gestos fraternos...

Porque contigo me preocupo sem vacilar

Porque penso no que estarás tu a pensar...

Porque te suspiro com desejo de te beijar

Porque tu és amanhecer...

Dos meus ensejos de viver

Porque és a minha ninfa de salvação...

Quem me faz afastar da abominável solidão

Porque quando ao exteriores sais...

Sem eu saber onde vais

Digo que agasalhes o teu corpo...

Porque ele leva os meus sentimentos: aqueles que não poupo

Aqueles que são teus para toda a eternidade...

Porque és minha água: minha doce vitalidade

Porque és minha vida e meu manancial...

Porque és tu a especial

A que dá razão ao existir vida...

Ao dar sentido a toda esta vital corrida

Para sermos doce e plena unidade...

Sem ocaso e sem idade

Para sermos caso de estudo de Universidades...

Para sermos sempre no amor: Sacramento das imoralidades...

João Paulo S. Félix

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