Saturday, March 21, 2020

Nas brumas da felicidade...


Nas brumas da felicidade…
Como faz doer
A atualidade em que tem que se viver…
Como causa impotência
Este momento que cada um presencia…
Como amava poder sair
Para o mundo na alma engolir…
Como desejava agora observar
O areal, as conchas, as gaivotas e o mar…
Sentir o aroma a maresia e me sentar
Na areia humidificada…
Pelas marés, pela chuva ou pela noctívaga orvalhada
E ali poder estar…
Sentir e contemplar
Toda aquela calma e desintoxicar…
Do mundo presente e me poder oxigenar
E também…
Porque nada me detém
Usar as mãos para furar…
Os grãos do chão e escrevinhar
O teu nome…
O nome de quem me absorve a fome
A fome e me retira a pouca sorte…
Tu ser que fazes de mim humano forte
E poder sozinho naquele lugar gritar…
O teu nome para o mar levar
E fazer desaguar…
Em todo o porto, cais ou onde venha a atracar
E fazer eterno este meu amar…
Este meu sentimento de amor
Aquele que me fazes sentir com primor…
Tu que me fazes sorrir
E não temer o que possa estar para vir…
Naquela praia no frio do momento a sentir o teu calor
Porque é sentido a todo o momento com fervor…
Incendiado com os toros de cada memória
Que adensam a nossa história…
Cada loucura e cada palavra
Sentida, olhada e vociferada que no coração lavra….
A perpetuidade do que nos une
Une e nos torna imune…
Ao viver a olhar para os tempos humanos sem eternidade
Porque o nosso amor e realidade porque está gravado nas brumas da felicidade…
João Paulo S. Félix

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