Saturday, December 29, 2012

Ver-te dormir...



Ver-te dormir…
Chego a casa depois de muito fazer
Com o sol já posto e as estrelas a aparecer
Sinto-me rodar a chave, na porta do nosso lar
Abri-a: entrei e em casa algo consegui inalar
O aroma a jasmim, das flores que ao jardim foste buscar
Senti aquele quase profético momento
Quando não, entro na nossa sala… Aquela dotada do natural e lenhado aquecimento
Entro por ela dentro e te vejo no sofá encostada…
Encostada e nele aninhada…
A viver o mundo do sono e do sonho
Beijo-te na cabeça, e em tua frente me sento
Sento a ponderar cada momento, a saborear cada sentimento
Olho teu rosto e capto, qual Picasso, as tuas linhas, os teus contornos
Que me arrebataram para os nossos momentos fervorosos
Ainda sentado estou, quando me detenho do que tenho para fazer
E fico ali, estático… sentir o dia a anoitecer
Olho para ti, qual Tágide de beleza infindável
Ouso pegar da minha mão e com ela acariciar a tua pele de fascínio inolvidável
Sinto-me pequeno, perante tremenda imponência
Perante tremenda ninfa, perante tremenda reverência
Olho-te e sinto vontade de mais te olhar
Porque ao te contemplar
Chego à razão: do que nos fez apaixonar
O amar sem vontade o cessar
A tua elegância que me faz sem ar ficar
E fico com plena noção
Da nossa real condição
A condição do para sempre e todo sempre
A condição da nossa imaculada união
No nosso sentimento feito paixão
E enquanto dormes eu desperto o meu pensar
Aquele que tudo me leva a relembrar
De nós e do nosso esplendor
De seres para sempre afectos ao sentimento do amor…
João Paulo S. Félix 

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