Ver-te dormir…
Chego a casa depois
de muito fazer
Com o sol já posto e
as estrelas a aparecer
Sinto-me rodar a
chave, na porta do nosso lar
Abri-a: entrei e em
casa algo consegui inalar
O aroma a jasmim, das
flores que ao jardim foste buscar
Senti aquele quase
profético momento
Quando não, entro na
nossa sala… Aquela dotada do natural e lenhado aquecimento
Entro por ela dentro
e te vejo no sofá encostada…
Encostada e nele
aninhada…
A viver o mundo do
sono e do sonho
Beijo-te na cabeça, e
em tua frente me sento
Sento a ponderar cada
momento, a saborear cada sentimento
Olho teu rosto e
capto, qual Picasso, as tuas linhas, os teus contornos
Que me arrebataram para
os nossos momentos fervorosos
Ainda sentado estou,
quando me detenho do que tenho para fazer
E fico ali, estático…
sentir o dia a anoitecer
Olho para ti, qual
Tágide de beleza infindável
Ouso pegar da minha
mão e com ela acariciar a tua pele de fascínio inolvidável
Sinto-me pequeno,
perante tremenda imponência
Perante tremenda
ninfa, perante tremenda reverência
Olho-te e sinto
vontade de mais te olhar
Porque ao te
contemplar
Chego à razão: do que
nos fez apaixonar
O amar sem vontade o
cessar
A tua elegância que me
faz sem ar ficar
E fico com plena
noção
Da nossa real
condição
A condição do para
sempre e todo sempre
A condição da nossa
imaculada união
No nosso sentimento
feito paixão
E enquanto dormes eu
desperto o meu pensar
Aquele que tudo me
leva a relembrar
De nós e do nosso
esplendor
De seres para sempre
afectos ao sentimento do amor…
João Paulo S. Félix
No comments:
Post a Comment