Uma flor de amor… Numa
noite de esplendor…
Rasgamos horas para
juntos estarmos
Jantarmos, dançarmos…
Ao ponto de a dado
momento
Começar a emergir de
forma avassaladora um sentimento
Que nos arrebatou
para a casa nossa: ninho de toda a perfeição
Roda a chave na porta
secreta…
Aquela que nos atira
para dentro de casa: lugar da entrega na paixão
A vertigem do
sentimento causa dor e faz cessar a respiração
A roupa torna-se
banal, todos os objectos ficam sem sentido
Para dar lugar só a
nós: aos nossos corpos bem ardentes
Nesta fogueira de
amores e gemidos latentes
Pela entrega que nos
estava a fazer
Da nossa solitária
condição esquecer
Uma casa, um
labirinto de compartimentos
Onde nos fomos perder
nos mais electrizantes encantos
Da tão celeste quanto
pecaminosa doação
Ao carnal desejo da
cumplicidade
Que nos permite a
elevação à unidade
O corredor torna-se a
estrada que nos leva ao leito onde nos deitamos
Onde os lençóis
desfazemos, despedaçamos
Para algo muito mais
infernal e quente que banais tecidos
Para nos deixarmos
levar pelos meandros dos sentimentos sentidos
Aqueles que nos levam
a desejar jamais parar
Arde, queima o
cometimento deste acto maior
Que nos enche o ego e
nos faz a atmosfera elevar
Na temperatura, na
humidade que nela se veio a acumular
Dos sopros do nosso
respirar
Que jamais nos podiam
silenciar
E foi quando não se
viu uma flor
Naquele nosso quarto:
uma flor com alto pendor
De encanto que nos
olhou
Que nos segredou
Que nos queria ver
sempre na união
Daquela sensação
Que faz bem ao
coração
Paramos de a
contemplar… para nos voltarmos a encarnar
Neste amor: amor que
veio para ficar
E para no futuro sempre
se perpetuar…
João Paulo S. Félix
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