Eu não pertenço aqui: eu não sou daqui
Não sou de um lugar onde tenho sempre olhos colocados sobre mim
Não pertenço a este lugar sem visão: a este lugar com fim
Pertenço a uma zona onde possa gritar
Sempre que queira, sempre que precisar
Sem a humana gente ver, sem a humana gente me apontar
Quero um lugar: onde possa chorar
Sem ninguém me censurar, sem ninguém se congratular
Com o espectáculo lacrimejante que possa estar a efectuar
Quero um lugar onde possa sorrir
Onde possa sorrir, sem me indagarem sobre o que estou a sentir
Quero: almejo: um lugar onde tudo em causa possa colocar
Sem que o humano ser me possa acusar
De a convenção estar a quebrar
Quero um lugar onde possa falar
Sem palavras poder medir: sem nelas ter de pensar
Quero: quero, queremos
Queremo-nos libertar
Da claustrofobia criada por pessoas que não sabem pensar, que só sabem julgar
Queremos poder dizer felicidade, sem ao lado haver desejo de maldade
Por quem nos rodeia, por quem nos ladeia
Quero ser feliz, sem ligar àquilo que se diz
Queremos a imortalidade
Queremos para todo sempre a eternidade com prosperidade…
João Paulo S. Félix
1 comment:
Muito bom o teu poema. Não pertenço aqui. vou partilhar no meu mural. Uma vez mais não foi surpresa. reconheço o teu mérito. Ilda Oliveira
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