Friday, June 18, 2021

Estou nas tuas mãos...

 


Estou nas tuas mãos...

Confesso a minha condição

De prisioneiro a uma causa ou missão...

Declaro o crime de lesa pátria

De ter querido a cumplicidade na vida fria...

E o afastamento da solidão

Que faz sofrer o pequeno coração...

Afirmo que alinhei a coordenada

Da bússola desorientada e desalinhada...

Porque quis buscar um norte

E alcançar a preciosa sorte...

Porque a ti me entreguei

Porque ao amor nos confiei...

E aqui estou eu

Feito teu Romeu...

Por ti manietado

A ti sagrado...

E sem reservas, atalho ou pudor

Sem rodeio surge de mim um ralho: um clamor...

Despe-me ou vem-me matar

Para este desejo se saciar...

Vem-te de mim apoderar

Do corpo e da carne para dela fazeres prazer...

E da minha alma: fazeres sorriso de amanhecer

Vem comigo fazer-nos gemer...

Vem o nosso mundo estremecer

Na doce imoralidade...

Da entrega sem idade

Dos nossos ósculos de combustão...

Do nosso suor de exaustão

Vem amor... Sem demora

Para o nosso sentimento sem hora...

Para sermos coroa de glória

E gerarmos a mais bela memória...

Do nosso amor de cumplicidade

Do nosso querer mais a cada oportunidade...

Porque tudo pode desaparecer

O dinheiro, os prédios: uma ponte pode desvanecer...

Mas jamais

Em momento algum os nossos ais...

Que nos tornam cada mais

Um do outro sem vacilar...

Sem hesitar

Porque cada segundo é ouro

No nosso amor feito humano tesouro...

Porque és para mim divino diamante

Ser radiante, intenso, fascinante...

Vamos viver amor esta luz

Que colocamos no mundo e nos conduz...

Que nos torna puros, santos e sãos

Vem-me amar porque... Estou nas tuas mãos...

João Paulo S. Félix

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