Monday, April 11, 2022

Quanto...

 



Quanto...

No final do dia em que puxo pelo pensamento

No final do dia em que se cumpre isolamento...

No final da jornada que virá com nova alvorada

Dou por mim no ato da escrita apaixonada...

Sempre querida, sempre desejada

Para dizer de forma inflamada...

O que vai no meu ser

E para fazer

Surgir...

Algo que tenho em mim a explodir

Um ato de altiva filosofia...

No silêncio da noite que trouxe o dia

E perguntar...

Quanto amor cabe no ato de amar

Quanto sentimento cabe no ato de beijar...

Quantas palavras cabem no simples gesto de olhar

Quanto fervor no ato de acariciar...

E quanto tempo

Porque desejo tirar isto a limpo...

Quanto tempo cabe no tempo de amar

Quantos acontecimentos existem a pulsar...

E quantos frames acontecem

Feitos com a ternura que as horas não desvanecem....

Mas antes tendem a fazer perdurar

Como realidade feliz ao ato de amar...

Quanto tempo há nos minutos

Em que trocamos gestos mudos...

E nos entregamos nos corpos nudos

Aos desejos e prazeres...

E dão vida e alento nos humanos afazeres

Porque é na nossa inflamação...

Que dilaceramos toda e qualquer inflação

E queimamos toda e qualquer tribulação...

É no amor fervoroso que sentimentos

E do mesmo não desistimos...

Amor que queremos tornar maior

E altivo... de imensurável valor...

Porque queremos na História o nosso lugar

Em que a felicidade nos venha a bafejar...

E jamais nos venha a segregar

Mas antes a cada vez mais nos mesclar...

Unir e fazer ter sentido

Porque somos o hino mais esplendido...

Porque somos a garantia e a certeza

De amor leve, profundo e de pureza...

Um amor de doce eternidade

Um amor sem ocaso de vitalidade...

Porque somos amor que afasta o pranto

Porque somos amor e isso é certo mas... Quanto...

João Paulo S. Félix

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