Perenidade das coisas efémeras...
Tudo passa nesta vida
Feita frenética corrida...
Tudo acontece neste outono de existência
Onde há elementos de máxima essência...
Onde há sentimentos
Que geram alentos...
Que são criadores de pensamentos
Nada fugazes, nada leves...
Pensamentos tais que te atreves
A invadir...
A neles querer intervir
Para o desassossego...
Para o inferno que não nego
Aquele em que me fizeste cair...
Por te desejar despir
Por ter o ensejo de te ouvir...
Gemer com fervor
No ato mais altivo do nosso amor...
Do amor que nos faz queimar
No amor que nos vem a inflamar...
Como tenho vontade de pecar
Contra os ensinamentos castos de onde se vai orar...
De onde se vai suplicar
Pela moralidade e bons costumes...
Mas contigo... Fornalha ardente dos meus lumes
Torna-se divinamente impossível...
Resistir e sobreviver ao teu inflamável
Inflamável corpo, beijo, toque e preces...
E assim me amanheces
Para a plenitude...
E me assaltas a virtude
Não pares de me tentar...
Não pares de me excomungar
Vamo-nos entregar...
Ao que nos faz revigorar
E ao que nos tende a eternizar...
Os corpos, os desejos e as almas
E banhar nas águas de malvas...
Para expiar a tentação
E fazer dela amor de coração...
Porque juntos somos um
Porque juntos somos tudo em comum...
Porque juntos: tu e eu
Somos mais que Julieta e Romeu...
Somos a vontade
Feita realidade...
De viver o amor
Sentimento máximo de esplendor...
Porque o tempo passa a voar
Porque o tempo tende a não parar...
Nem a ficar gravado no filtro das câmaras
Porque a vida é: a perenidade das coisas efémeras...
João Paulo S. Félix
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