Friday, October 15, 2021

Perenidade das coisas efémeras...



Perenidade das coisas efémeras...

Tudo passa nesta vida

Feita frenética corrida...

Tudo acontece neste outono de existência

Onde há elementos de máxima essência...

Onde há sentimentos

Que geram alentos...

Que são criadores de pensamentos

Nada fugazes, nada leves...

Pensamentos tais que te atreves

A invadir...

A neles querer intervir

Para o desassossego...

Para o inferno que não nego

Aquele em que me fizeste cair...

Por te desejar despir

Por ter o ensejo de te ouvir...

Gemer com fervor

No ato mais altivo do nosso amor...

Do amor que nos faz queimar

No amor que nos vem a inflamar...

Como tenho vontade de pecar

Contra os ensinamentos castos de onde se vai orar...

De onde se vai suplicar

Pela moralidade e bons costumes...

Mas contigo... Fornalha ardente dos meus lumes

Torna-se divinamente impossível...

Resistir e sobreviver ao teu inflamável

Inflamável corpo, beijo, toque e preces...

E assim me amanheces

Para a plenitude...

E me assaltas a virtude

Não pares de me tentar...

Não pares de me excomungar

Vamo-nos entregar...

Ao que nos faz revigorar

E ao que nos tende a eternizar...

Os corpos, os desejos e as almas

E banhar nas águas de malvas...

Para expiar a tentação

E fazer dela amor de coração...

Porque juntos somos um

Porque juntos somos tudo em comum...

Porque juntos: tu e eu

Somos mais que Julieta e Romeu...

Somos a vontade

Feita realidade...

De viver o amor

Sentimento máximo de esplendor...

Porque o tempo passa a voar

Porque o tempo tende a não parar...

Nem a ficar gravado no filtro das câmaras

Porque a vida é: a perenidade das coisas efémeras...

João Paulo S. Félix


 

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