Wednesday, October 3, 2018

Respirar...


Respirar…
Após a vertigem do dia
Entre todo o som e correria…
Reservo-me no direito
De me recatar no meu leito…
A luz ligar
E o silêncio convidar…
A me visitar
E a comigo falar…
De modo ruidosamente vazio
Aqui estou com ele no meu sítio…
A pensar
E indagar…
Toda a realização
Que causa consolação…
Consolação e fervor
Ao humano ser que vive do amor…
Do máximo sentimento redentor
Que nos aparta da imperfeição…
E nos faz trilhar rumos de elevação
Com ósculos, abraços, suspiros…
Com sentimentos e gemidos
Sentimento de amor…
Sentimento de altivo fervor
Que és questão do milhão…
Que és no mundo vital razão
Para o ser se mover…
Para o mesmo ser não querer desvanecer
Porque és trova essencial…
Ao despertar matinal
Porque és estádio a convidar…
A tudo envolver, engolir e superar
Porque no amor tudo se tende a subalternizar…
E em ti… Tudo se eleva
Na condição que do Paraíso que afasta a treva…
És manancial de serenidade
E sorriso de pura vaidade…
És tu amor sentimento perfeito e quase surreal
És tu razão de não vacilar de a existência agarrar
És tu rácio para o ato de respirar…

João Paulo S. Félix

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