Friday, December 10, 2010

Somente um banco vazio de jardim...


Um banco de jardim vazio…
Deambulo numa noite de névoa
Uma noite fria e em que a visão já não é boa
E começo num jardim a vislumbrar
Algo que me fez, algo que me faz parar
Um banco: somente um banco
Um simples banco de jardim
Alvo da minha contemplação, interesse e atenção sem fim
Nele me sento a pensar
Na quantidade de pessoas que ele já teria tido de suportar
Nos pensamentos que nele já teriam nascido
Nas decisões que ele já teria vivido
Um banco: tão somente um banco
Um banco gélido, um banco vazio, um banco melancólico
Melancólico e cinzento, um banco triste e de comoção
Mas lembrei-me logo, que a tristeza também faz parte do coração
Da vivência humana, do mundo banal, do espaço planetário
Onde todos somos unos, onde todos somos ser solitário
Em lutas pelo bem supremo, em gládios, ás vezes, sem precisar
Por já nada mais se poder realizar, por ser um gladiar, por gladiar
E assim me vou e me deixo ficar
Pensativo daquele banco agora só
Daquele banco que agora passará a meter dó
Ali só, vago sem ninguém
Até que outro alguém nele se sente, sem pensar, nem olhar a quem…
João Paulo S. Félix

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