18 anos… Maioridade
de um sentimento feito saudade…
Hoje ao levantar
E no momento de o
calendário enfrentar…
O frio de mim se veio
a apoderar
Um frio cortante…
Interno e dilacerante
Um frio de ausência…
A tua doce presença
Foi neste dia…
Que nos lados de
Carnaxide tudo mudaria
E de mim luto e uma
raiva se apoderassem…
Custou a crer que os
meus dias mudassem
Não poderia ser o fim…
A tua despedida sem
sorrires para mim
Porque eras doce e
singela flor do meu jardim…
Porque eras a minha
avó dos viriatos
A minha avó dos
abraços apertados…
Porque eras minha
advogada
Naquela hora mais apertada…
Porque eras a avó dos
chás e das torradas
Na lareira em brasas
preparadas…
Barradas carinhosamente
com planta
O tempo passa e nada
a tua falta suplanta…
Passam dias, meses,
anos
Nestes terrenos mundanos…
Em que sinto a tua
falta
Que a dor só exalta…
Tenho que tudo silenciar
Para a tua voz poder
recordar…
A me chamar
Quanta dor e nostalgia…
Quanto amargo de alegria
Em recordar esta
malograda data…
Em que a falta de ti
magoa e mata
Porque foste de nós retirada…
Porque foste de mim
arrancada
Em cárnea existência…
Tu que eras ser de
magna excelência
Em carinho, ternura e
amor…
Em olhar cândido
pleno de esplendor
Porque teve de ser
assim…
Te sonegarem de mim:
minha avó Iraci
De ti que te queria
sempre aqui…
Porque foi acontecer
essa fria e crua crueldade…
Hoje se cumprem 18
anos: maioridade de um sentimento feito saudade…
João Paulo S. Félix
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