Tuesday, May 26, 2015

Nos braços da noite...


Nos braços da noite…
Nos braços da noite vociferamos promessas
Feitas aos fiéis e sempre atentos profetas
A quem nos entregamos
A quem nos consagramos…
Nesta noite e na nossa vida
Aquela nossa em que toda a vivência é sentida
Como se sente a chuva que cai e molha o chão
Assim como se ouve o rugir do trovão
Assim grita nosso coração
Num ato de paixão…
Da nossa paixão e exaltação
Nos braços da noite cantamos e nos abraçamos
Nos beijamos e nos esfregamos
Num ato de cumplicidade sem fim
Ainda mais cúmplice do que a raiz da flor daquele jardim
Que fabuloso é me poder sentir teu
Assim como se sentiu Romeu
Ao se deleitar com Julieta
Que foi a sorte maior que lhe saiu na humana roleta
Aquela em que se querem amores
Amores com odores
A sentimentos e esplendores
Amores de envolvimento
Envolvimento do ser amado
No nosso reinado e consulado
De felicidade e razões de viver
Um no outro sem pensar no que venha a acontecer
Num amanhã ainda longe e turvo
Perante o qual não me curvo
Porque quero contigo o agora da imortalidade
Para contigo viver este amor sem idade
Que quebra toda a corrente ou estado de rendição
Porque o nosso amor: é amor de perdição…

João Paulo S. Félix

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