Enigma...

 

Enigma...

Quero da lei da humana vida

Aquela que é frenética e em vil corrida...

Nesta vida de quimera

Onde nada do mundo se espera...

Quero poder decifrar

Algo que anda a apoquentar...

Algo que arrebata

Algo que no meu âmago assalta...

Algo que é crua realidade

A tua majestade...

O porque de assim seres?
De me fazeres querer ter todos os amanheceres...

De querer queimar o desejo da morte

Por seres a chave da minha profunda sorte...

O porque te quero?

Porque te venero?...

O porquê do teu sinal que sempre espero

Para me realizar...

Para pleno me deixar

E com forças capazes...

Para conquistar todos os azes

Porque em mim milagres fazes...

O milagre da imortalidade

No amor que te sinto de verdade...

O milagre de comigo mexeres

E com o meu corpo ferveres...

No desejo do beijo e muito mais

De fazer pulsar o gemido e os ais...

Dados com a intensidade

Dos corpos nudos em cumplicidade...

Na sôfrega vontade de realização

De exorcizar toda esta nossa dimensão...

Porque és Vénus Afrodítíca

Porque és minha realização paradisíaca...

Porque te quero mais do que te nego

Porque por mais que me assaltes o ego...

Por mais que haja inquietação

O desejo de ti é infinitamente maior do que da solidão...

Porque contigo sei e sinto-me a voar

Porque contigo me sinto a amar...

Amar e ser amado

A realizar e a ser realizado...

Porque é meu pensamento incessante

Porque és meu ser fascinante...

De doce perfeição

De bonança de paixão

De fervor do amor...

No nosso estádio de esplendor...

Porque és tu meu fado e meu sigma

Porque tu... Tu és o meu enigma...

João Paulo S. Félix