Como café...
A noite cai
E com ela um ato que não retrai...
Um ato de habituação
Que virou rotina de salvação...
A de uma cápsula manipular
Para numa máquina a fazer rebentar...
E com violência a fazer brotar
O conteúdo que religiosamente vinha a guardar...
Para com água mesclar
E fazer uma bebida aprontar...
E começo a divagar
No que dizem...
Na sua geográfica origem
Dizem os menos rodados...
Que este líquido os mantém acordados
Por ter força e alma...
Por ser bebida que anima
Por ser algo que em extasiada condição...
Deixa o humano coração
E o cheiro que paira pelo ar...
De bebida acabada de torrar
Que clima de fascinar...
Se adensa naquele lugar
Em que vislumbro da bebida a coloração...
E solto sorriso leve de consolação
Que do nada cria a reflexão...
Que esta é a bebida da paixão
Que é em grande medida início de qualquer relação...
Sejas tu bebida de máquina ou fervedor
És indubitavelmente a bebida do amor...
Porque és intensa e pujante
Porque és quente e vivificante...
Porque o teu sabor é marcante
Assim como o beijo fascinante...
Com o teu sabor que fica e é perpetuado
Que bebida com poder de deixar o ser consolado...
Porque és bebida sem estação
Assim como o amor é sentimento sem marcação...
De barreiras ou entraves
Porque amor: és nos seres as chaves...
Da felicidade e da cumplicidade
Da ternura e solidariedade...
De seres amor sem idade
De seres sentimento de seriedade...
Amor que és a bebida de cereal
Única, frenética e especial...
Amor que és bebida de fé
Amor que és: assim como o café...
João Paulo S. Félix
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