Nostalgia da saudade...
A noite veste-se de névoa
E de escuridão tudo se povoa...
A noite cai
O dia vai...
E fica em mim a melancolia que não se esvai
Fica a melancolia e a lágrima que o olhar contrai...
A lágrima que fala sobre o coração
Sobre o sentimento que o ocupa na imensidão...
Um sentimento onde se sente a falta
De quem nos acarinha e nos exalta...
De quem nos aquele o corpo e a alma
Alguém que é sinónimo de calma...
Alguém: um ser feito refúgio
Alguém com quem rio e sorrio...
Alguém com quem sou a plenitude
Neste mundo suspenso da gravitacional altitude...
Sinto a tua falta meu amor
Sim a tua meu esplendor...
Sinto a mágoa que causa dor
Sinto-me vestido com o turvo manto...
Que lá fora faz em dezembro o seu encanto
Enquanto eu sinto o desencanto...
No meu regaço
Feito pela ausência do teu abraço...
Do conforto de teu beijo de sabor a recordar
Um beijo de sentimento máximo a vivenciar...
Sinto e avisto lá longe as luzes
Aquelas que só tu produzes....
Aquelas das quais és autora
E que fazem de ti criatura redentora...
Da minha cegueira solitária
Porque só tu me dás a visão...
Para sentir e viver mais do que a paixão
Para viver um amor
Um amor de doce condição...
Um amor dos afetos
Simples, claros e honestos...
Sentimentos que unem e fundem
Que nos solidificam e não confundem...
Porque és tu toda a humana razão
De eu viver e de ainda acreditar na minha salvação...
Porque deposito em ti essa fé inquebrantável
Porque és minha musa e ninfa admirável...
Porque são tuas as minhas ânsias
E os meus sonhos que só tu sacias...
Porque é só tua a minha vida
E a fuga à mundana corrida...
Porque é teu o sentimento que se propaga pela cidade
Um sentimento sem lugar, morada ou idade...
Porque é teu o meu amor... Porque é tua: a nostalgia da saudade...
João Paulo S. Félix
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