Sentimento imensurável
Esventra-me os pensamentos
Assalta-me os sonhos e os contentamentos...
Penetra na minha calma
Fode a minha paz e a minha alma...
Devassa-me na totalidade
E faz valer a tua altiva qualidade...
Vem ser alento
Vem ser sal e fermento...
Vem ser o meu forte
Ser toda a minha boa sorte...
Vem ser o meu colo, quando vacilar
Vem para mim sempre que eu chorar...
Vem amor
Por favor...
Imploro-te como um mendigo
Sinto bem aquilo que digo...
Não me desampares
Por isso fica, fica nas tuas liberdades...
De me fazeres o que quiseres
E preencheres as carências e as luxúrias das mulheres...
Fica de mão estendida
Porque sem ela sou criatura perdida...
Fica comigo nesta noite e no amanhecer
Fica e ajuda-me a viver...
Não te pediria se não fosse importante
Querer não partir de rompante...
E querer nos teus olhos ver acendalhas
E chamas acesas em fornalhas...
Para aquecer a minha gélida carne humana
Aquela que é tua: Deusa soberana...
Sim: confesso que me tens
Come-me: como o homens os seus pães...
Que eu seja o teu suculento manjar
Mas, suplico que não venhas a parar...
A parar de me amar
Porque te amo...
Porque o teu nome eu chamo
Para ser meu consolo na provação...
Para ser amparo ao meu ferido coração
Porque és para mim toda a dimensão...
De um sentimento sem medida
Porque seu teu: sou teu minha vida...
Porque sem ti não sei andar
Porque sem ti não sei respirar...
Porque sem ti não adianta pensar
Porque sem ti: mais vale me precipitar...
Porque te amo minha doce tentação
Porque só tu és a minha salvação...
Porque sem ti a vida é cruz insuportável
Porque te amo: num sentimento imensurável...
João Paulo S. Félix
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