Se sem ti não sei viver...
É longa a caminhada
É dura e feita de suor e lágrima chorada...
É altiva e desafiante
A estrada feita como ser errante...
Errante
Porque a vida é expectante...
Porque a vida é sobre dados lançados
E sobre os seus pontos contados...
Porque a vida é sobre o coração
Onde sentimos amores e paixão...
Porque a vida é sobre a solidão
Que queremos fazer desaparecer...
Para não ser fantasma a fazer doer
Porque são frias as noites sem a tua voz...
Porque são gélidos os cafés a sós
Porque de que me servem as mantas e os trapos...
Os cachecóis e os casacos
Se mesmo com eles sinto os dias gelados...
De que me servem os lábios se não forem beijados
Sinto a falta do colo e do doce olhar...
Sinto falta de te amar
Porque a vida é algo que faz doer...
Porque a vida é não saber
Saber se se vai amanhecer...
Porque do nada passamos a pó e cinzas
Porque num sopro passamos a ser passado e lendas...
Porque não quero a tal chegar
Sem te dizer que te quero amar...
Que te quero realizar
Que te quero completar...
Porque o que me vale existir
Sem ti, para o trilho descobrir...
Que me vale aniversários fazer
Se sempre a sós estarei a adormecer...
De que me vale saber
Que um dia vou morrer...
Sem te poder dizer
Obrigado pelo teu ser...
Que me dá alento e coragem
Para remar até à outra margem...
De que vale saber que há valias
Sem ter as melhores regalias...
As que dão alegrias
As que vêm no amor...
Esse sentimento de esplendor
De que vale poder falar...
Sem saber viver o verbo amar
Porque te amo, sim, eu sei...
Mas de que vale, se sem ti: eu gelei
Porque de que me vale ser um ser...
Se sem ti não sei viver...
João Paulo S. Félix
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