Para nunca mais te esquecer...
Faz hoje dezanove anos
Em que se toldaram todos os planos...
De te ter para futuro
Presente em cada momento, meu tesouro...
Fazem dezanove e custa lembrar
O momento em que me foram chamar...
Para me dizer
Que nunca mais te voltaria a ver...
Que nunca mais iria escutar
A toda doce voz a me chamar...
Nunca mais sentir
A tua mão a me fazer sorrir...
Com os carinhos e a ternura
Com os abraços de doce candura...
De ti minha avó
Que me vieste a deixar só...
E nada mais foi igual
Nada mais foi especial..
A Páscoa, o São João, a festa de Natal
Como doí não te ter aqui...
A ti: minha avó Iraci
De pequena altura...
Mas de enorme bravura
Com as faces rosadas...
Sempre à espera das tuas gentes amadas
De mim e num olhar...
Com quem está a segredar
A dizer para ir ao móvel rangedor...
E dele tirar o viriato tentador
Nada mais teve o mesmo sabor...
Nunca mais a quinta teve encanto
Porque estavas em todo e em cada canto...
A tudo cuidar e preservar
Com ternura: a saudade das roseiras te ver podar...
Saudades do teu amor
Sem tamanho e com todo o fervor...
Como era bom
Voltar a ouvir o som...
Do teu timbre a chamar
Como aquele dia tudo mudou...
E a gente miúda que era adulta se tornou
Com a dor e a saudade que a tua partida deixou...
Saudades daquele nosso chá e torradas de lareira
Que eram delícia e manjar a tarde inteira...
Que dor esta de não te ter
E para ti poder correr...
Para do dia te poder falar
Dos meus sonhos te contar...
E no teu carinho me poder aquecer
Porque avó és amor: Para nunca mais esquecer...
João Paulo S. Félix ( O teu Paulinho)
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