Purificação...

 

Purificação...

Quando dos demónios me tento afastar

Vens a mim e tudo tende a mudar...

Vens com tudo o que és

Para eu ficar rendido... Para ficar a teus pés...

E tudo se desenrolar

Com a simplicidade do ato de desnudar...

Colocar a nu: sem vestes

O resultado das humanas preces...

O sentir o amor

O sentir o vigor...

O sentir o esplendor

Que se sente no ardente calor...

Que nos torna na mais perfeita unidade

Que nos torna como rocha perante a presente humanidade...

Porque, amor

Sim estou a falar contigo, ouve por favor...

Quando te digo que te amo

Quando digo que por ti clamo...

Quando penso no que é a felicidade

O teu nome aparece na mundana claridade...

E tudo ganha expressão

Tudo conquista uma explicação...

Que não vem nos livros da universitária lição

Mas que se sente e pulsa no nosso coração...

Coração esse dínamo da existência

Coração: no qual és presença e essência...

Porque te tenho que dizer

Algo antes que possa no amanhã morrer...

Quero poder confessar

Que tu és tudo que sempre fui esperar...

Que tu és fármaco que a solidão vem a remediar

Que és fluido que no calor me vem a hidratar...

Que és o doce dinamismo

Para a fuga ao minimalismo...

Obrigado é imperativo te dizer

E obrigado é tão pouco perante o teu ser...

Um ser de luz

Um ser que em mim tudo produz...

Amor: és criatura de paz

Que em mim tudo és capaz...

Amor és as bênçãos dos predestinados

Dos seres amados...

Amor: meu doce amor

Ser de magno vigor...

És a perfeição

E carinho em toda a estação...

Minha ninfa sublimada

Minha Vénus vivificada...

Meu amor que és para mim a salvação

Amor... meu amor... és em mim ser... Ser de purificação...

João Paulo S. Félix