Monday, March 7, 2022

Verões de invernos...





Verões de invernos...

Somos momentos e instantes

Somos seres imperfeitos e muito errantes...

Somos a perfeição da realidade imperfeita

Somos a imensidão da noite inverneira...

Daquela noitada fria e gélida

Que convida ao pensar na vida...

Que nos leva ao mergulho

No nosso mar de orgulho...

E ver as feridas e os acontecimentos

Que nos fizeram superar marés e fortes ventos...

Que nos fizeram mais intensos

Contra todos os contratempos...

Somos do passado ensinamentos

Mas também nele temos os fontanários...

Onde bebemos com a incessante sede

A vontade que não se rende...

De amar

De realizar...

Todos os devaneios

Todos os infernais anseios...

De delírio

De exaltação do aroma do lírio...

Fazer intensidade

Do ato sôfrego da cumplicidade...

Em que os corpos se mesclam

Em que se marcam...

E se dão

E fazer surgir a elevação...

Da carnal temperatura

Sem fineza ou brandura...

Para apocalípticas graduações

Que façam pulsar ações...

Selvagens

De seres loucos em paixão...

E com vontade de exaltação

De viver...

Algo que nos faz amanhecer

E despir vestes noturnas...

Solitárias e obscuras

Para nessa veste de luz...

Viver um amor que tudo conduz

Que a tudo dá sentido...

Para ser até ao limite vivido

Porque há vidas no amor...

Esse sentimento de esplendor

Um sentimento que faz...

O humano ser de tudo ser capaz

Porque no amor: vivemos os calores doces e ternos...

Porque no amor fazemos surgir: Verões de invernos...

João Paulo S. Félix 

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