Mantas...
Desce o véu na doce noite fria
Que convida ao parar de toda a correria...
E vem a paz e a bonança
Encher cada um de terna segurança...
Mesmo com a chuva que cai
E o vento que por aí vai...
Somos catapultados
Para casa exilados...
Mas nunca confinados
Porque não estamos cativos...
Porque estamos bem vivos
Mais que os notáveis livros...
Porque a mente corre solta
Sem amarras ou escolta...
E mesmo no recato
Há um ataque num nobre ato...
O pensar
No que nos faz sorrir e sonhar...
No que nos faz voar
Sem se poder vacilar...
Também o gesto simples de respirar
E poder inalar...
O aroma que se veio a deixar
No momento do carinho a saborear...
E poder mais algo almejar
O fechar dos olhos para vislumbrar...
O ato doce de beijar
O ato de poder acariciar...
Mais se segue deixando tudo fluir
E tudo deixar advir...
Ao pensamento
E ao coração do sentimento...
Lugar sagrado do máximo esplendor
Onde habita o sentimento de amor...
O sentimento de amor: o desejo de amar
Amar de modo sôfrego e sem parar...
Porque nunca sabemos a hora em que tudo se vai eclipsar...
Porque até ao Ómega das realidades
Desejamos as bênçãos e as imoralidades...
Para sermos eternas eternidades
Porque também se deseja o conforto
De sentir no peito o calmo porto...
Aquele porto que é abrigo e segurança
A segurança da plenitude da confiança...
Nas palavras e nas emoções
Nos atos e sensações...
Porque tudo surge por uma razão
Uma razão que nos afasta da solidão...
Uma razão entre muitas e entre tantas
Tudo deixando surgir estando envolto em mantas...
João Paulo S. Félix
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