Hino Douro…
Violam-nos e cortam
as nossas filhas, as uvas…
De nós suas mães as
cepas… Separações tão duras…
Duras e que causam
alegria a quem nos agride…
A quem nos agride e
no caminho progride…
Em busca de mais cachos
e mais razão
Para encher os baldes
para criar movimentação
Para o seu precipitar
numa balsa ou lagar
Onde elas, as nossas
luzes são esmagadas…
Esmagadas e
trituradas…
Neste Douro feito
região
Deste acto que pode
ser de crucifixão
De uvas sem culpa mas
com missão
A mais imponente
criação
De um néctar de
invejar
Que venha a ser
armazenado em metálicas e frias casas
Para ser depois
difundido por garrafas
Que levam a cada
canto do longe mundo
O nosso segredo mais
profundo
Um segredo milenar e
de fascinar
Um segredo que vem
dos anciãos
Uma marca desta nossa
demarcação
Que gera litros de
prazer e perdição
Que potencia festejos
e confissões
A este produto tão
generoso
Que faz de cada um
orgulhoso
De o poder ter como
nosso
Nosso e presença viva
da nossa História
Para nossa
imortalização, para nossa glória
No tempo, nos livros,
na memória
Que violação tão
gostosa a de vinho fabricar
E magia, magia poder
criar…
Magia fruto do suor e
trabalho
Que gera exaltação e
é imune a ralho
Que produto tão
especial
O vinho do Douro, que
cria um Hino sem igual
Que se bebe e que se
saboreia
Por todo o tempo… por
toda e eternidade
Como oferenda do
Douro… Para toda a Humanidade…
João Paulo S. Félix
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