Tuesday, September 30, 2014

Hino Douro...


Hino Douro…
Violam-nos e cortam as nossas filhas, as uvas…
De nós suas mães as cepas… Separações tão duras…
Duras e que causam alegria a quem nos agride…
A quem nos agride e no caminho progride…
Em busca de mais cachos e mais razão
Para encher os baldes para criar movimentação
Para o seu precipitar numa balsa ou lagar
Onde elas, as nossas luzes são esmagadas…
Esmagadas e trituradas…
Neste Douro feito região
Deste acto que pode ser de crucifixão
De uvas sem culpa mas com missão
A mais imponente criação
De um néctar de invejar
Que venha a ser armazenado em metálicas e frias casas
Para ser depois difundido por garrafas
Que levam a cada canto do longe mundo
O nosso segredo mais profundo
Um segredo milenar e de fascinar
Um segredo que vem dos anciãos
Uma marca desta nossa demarcação
Que gera litros de prazer e perdição
Que potencia festejos e confissões
A este produto tão generoso
Que faz de cada um orgulhoso
De o poder ter como nosso
Nosso e presença viva da nossa História
Para nossa imortalização, para nossa glória
No tempo, nos livros, na memória
Que violação tão gostosa a de vinho fabricar
E magia, magia poder criar…
Magia fruto do suor e trabalho
Que gera exaltação e é imune a ralho
Que produto tão especial
O vinho do Douro, que cria um Hino sem igual
Que se bebe e que se saboreia
Por todo o tempo… por toda e eternidade
Como oferenda do Douro… Para toda a Humanidade…

João Paulo S. Félix    

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