Dialetos mudos...
Quando entra em mim a calma e a solidão
Depois de um dia de infernal confusão...
Naquele momento de serenidade
Naquela ocasião de simplicidade...
Onde afasto as amarguras
E da vida as suas agruras...
Num momento em que aparto
As palavras de grande aparato...
E me fico pelas de fácil compreensão
Aquelas que são lidas pelo coração...
Deixo pulsar
Deixo exteriorizar...
Sem nunca perder a razão
Sem admitir perder a questão...
E as suas respostas
Sempre bem postas...
E que são mote
Para abrir o malote...
Das emoções
Dos sentimentos e ilusões...
Dos acontecimentos
Que fazem dias de alentos...
Dias de felicidade
Dias de doce realidade...
E ao pensar
Nesse ato que nos veio Deus confiar...
Sou levado a soltar o sorriso
Porque relembro que tu és tudo o que preciso...
Porque relembro
Que de ti careço de janeiro a dezembro...
E maquinalmente pela casa deambulo
E na parede me encosto a pensar no consolo...
Que me dás
Que me traz paz...
E nesse ato olho para a estante
E vejo nas lombadas dos livros a nossa vida fascinante...
E vejo que são manuais de bem estar
O nosso bem querer e bem amar...
Vejo livros e dicionários
Que traduzem vocabulários...
E que são preciosas relíquias
Para quem quiser de novo chegar às Índias...
Vejo os livros e vejo os ensinamentos
Que aprendemos na cumplicidade dos momentos...
Nos beijos trocados
Nos abraços sufocados...
Na entrega esperada
No amor que para nós é corolário da humana jornada...
Porque somos vestidos de nós em corpos nudos
Porque somos amor de perfeição: somos juntos amor de dialetos mudos...
João Paulo S. Félix
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