Thursday, October 24, 2024

Infernos de paraíso...



 Infernos de paraíso...

Inferniza a minha calma

Vem desinquietar a minha alma...

Vem tirar a paz aos meus dias

Vem romper as minhas rotinas...

Faz parar os meus tempos

Vem ser causa dos meus alentos...

Vem ser furacão silencioso

Que causa inquietação no sistema nervoso...

Vem despoletar a maldade corporal

Aquela que desperta o nosso animal...

Que se alimenta por instinto

Que se move pelo olfato faminto...

Vem ser a causadora da minha morte

Porque quero a fuga à pouca sorte...

Sim a morte aos tempos solitários

Vem ser a duplicidade dos gemidos desejados...

E na loucura soltados

Com os decibéis completamente descontrolados...

Vem desafinar o silêncio das horas

Vem ser a loba das ocasiões gloriosas...

Aquelas da entrega sôfrega e desenfreada

Aquelas em que o nós é o tudo ou nada...

Em que o amanhã fica para depois: se ele houver

Porque mais nada importa do que a entrega homem e mulher...

A entrega em ritmos de adrenalina

Em que acelera e evolui a oxitocina...

Vem ser

Vem fazer acontecer...

O fim da minha paz

Vem: porque sei daquilo que és capaz...

Vem ser a porta escancarada

Para a sensualidade descarada...

Aquela que se vive e que eu preciso

Vem ser, por favor... Infernos de paraíso...

João Paulo S. Félix  

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