Coisas do Outono…
Desço nesta tarde as
ruas e cada cidadela
Cada quelho, beco ou
ruela…
Deste espaço feito
espanto
Desta cidade feita
encanto
Vou sentindo no ar
O aroma da castanha a
estalar
Que saborosa deve
estar…
E mais ando, mais
avanço…
E dou por mim a dar
balanço
Rumo ao jardim
A um lugar belo e sem
fim
Onde folhas telúricas
pelo chão abundam
Folhas que se desmoronaram com a nova estação
Aquela que nos traz a
sensação
De noites mais
gritantes e congelantes
De dias mais curtos e
efémeros
Sigo e sinto o fender-se
dos galhos e das folhas
Amarelas, vermelhas e
castanhas…
Cores que nesta fase
não me são estranhas…
Dou por mim a
sentar-me…
E no casaco a
aninhar-me…
E poder contemplar
Tudo o que me
envolve, todo aquele lugar
E no ar sinto som de
melodias
Melodias calmas que
causam melancolias
Melancolias e abolias
Abolias que abrem
espaço ao pensamento
Pensamento do que se
passou, pensamento de cada momento
E enquanto penso
sinto quedar
Algo da árvore, um
fólio que me veio raspar
A minha fronte e que
veio cair no chão
Com cada sentimento
meu, com cada pedido ou evocação
De vontade de
felicidade… Aqui, no hoje… para toda a eternidade!
João Paulo S. Félix
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