Perdição...
Olho para o meu interior
Onde vives com todo o fulgor...
Olho para cada momento
Em que vivemos o sentimento...
Em que fizemos como Eva e Adão
E cedemos à tentação...
De comer da maçã do desejo
Aquela que nos propicia o beijo...
Que faz abrir a caixa de Pandora
E faz seguir o sentimento pela vida fora...
Um sentimento que nos torna viciados
Nos carinhos, nas palavras e nos recados...
Nas emoções dos pecados
Cometidos à luz do mundo...
Ou no silêncio do escuro mais profundo
Onde nos damos...
Onde nos ofertamos
No altar do nosso leito...
Onde imaculadamente recolhemos todo o defeito
Onde nudos ficamos...
Onde as fragilidades curamos
Com a chama que nos consome...
A chama que nos come
Que nos devora...
Na vontade de o outro violar
Num ato consentido de consolar...
As necessidades mais que carências
De querer do outro remover as reticências...
E delas fazer sorrisos
E frenéticos gemidos...
Sentidos nas unhas que na pele se marcam
E nos dedos que se entrelaçam...
Olhares em chama se cruzam
Suores pelos corpos escorrem...
E muito dizem
Do mistério maior realizado...
Da cumplicidade feita nossa fado
Que nos faz pulsar brados...
Porque queremos estar nos braços
De quem nos deu o paradisíaco Olimpo...
O lugar onde o ser fica limpo
De males e infelicidades...
Onde se toldam fatalidades
E onde se concretizam as juras...
Mais sinceras, as mais puras
Em vontade de infinito...
Em expressão que diz: Eu de ti necessito
Porque tu és a minha completude...
És a minha humana existência de doce atitude
Porque de ti careço e o reconheço de coração...
De ti preciso amor... De ti preciso minha perdição...
João Paulo S. Félix
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